O Pearl Jam havia tocado apenas sete músicas no show esgotado no Wrigley Field, em Chicago, no dia 19 de julho, quando uma tempestade se iniciou e raios começaram a riscar o céu em volta do estádio histórico. Enquanto os milhares de fãs eram conduzidos a espaços onde pudessem se abrigar, a produção do grupo tentava freneticamente salvar o show, que seria o pontapé inicial da divulgação do décimo álbum de estúdio da banda, a ser lançado em 15 de outubro. O título? Lightning Bolt (raio, em inglês).
O processo de criação do novo trabalho foi muito parecido com o começo difícil daquele show: as gravações começaram no Henson Studios, em Los Angeles, em maio de 2011, mas, apenas três semanas depois, a banda fez uma pausa. “Nos divertimos demais e gravamos algumas de nossas melhores músicas”, diz o produtor Brendan O’Brien. “Mas não acho que eles estavam prontos para finalizar o álbum.” Os integrantes da banda usaram o tempo livre para finalizar projetos solo, incluindo a turnê acústica de Eddie Vedder. Em março, eles se juntaram de novo – e chegaram com faixas novas. “Todo mundo se juntou em uma sala, ouviu as demos e trabalhou nos arranjos”, conta o produtor. “E finalizaram cada uma delas unidos, como banda.”
Como tem feito desde o início da carreira, Vedder cuidou da grande maioria das letras. “Ele tira a máquina de escrever da mesma maleta marrom que vem usando há 20 anos”, diz O’Brien. As novas músicas são diferentes. “Este disco tem algumas canções... mais longas”, explica o produtor, rindo. “Algumas te levam por um certo caminho por um bom tempo. ‘Siren’, que eu acho a melhor delas, chega a cinco minutos. É uma música pop bem longa, mas funciona. Outra, ‘Infallible’, é também um pouco mais desenvolvida nesse sentido.”