Há muitos motivos para Jimmy Iovine, presidente da gravadora Interscope Geffen A&M Records, ficar irritado com a era do MP3 - mas o que realmente o deixa louco não é o fato de seu modelo de negócio ter ido por água abaixo. "Estávamos prestando atenção ao roubo de música, mas, na verdade, duas coisas estavam acontecendo: um furacão e um terremoto", ele diz. "As pessoas não se importam com a música porque ela não anda soando bem - na verdade, ela está uma porcaria." Iovine reclama que muita gente escuta música em MP3 com baixa taxa de bits, em aparelhos mal projetados e utilizando fones de ouvido baratos. "Todo o ecossistema da música digital foi completamente destruído."
Iovine e seu parceiro, Dr. Dre, decidiram apresentar a sonoridade em alta fidelidade a uma nova geração com a Beats by Dr. Dre, uma empresa de equipamentos de áudio que produz fones de ouvido sofisticados e software e hardware de som personalizados para laptops, alto-falantes e outros produtos. Dre, Iovine e seus amigos na indústria musical (Pharrell, Will.i.am, Timbaland) supervisionaram o "perfil sonoro" da Beats, que descarta o som excessivamente limpo em favor de tons mais graves e uma certa quantidade de distorção. "Oferecemos, em um fone de ouvido, o que alguém só consegue sentir em um estúdio de US$ 2 milhões", gaba-se Iovine, observando que o sistema não serve só para a apreciação de batidas de hip-hop: ele está convencido de que nenhum fone de ouvido captura melhor os discos dos anos 70 dos quais ele foi produtor ou engenheiro, de Damn the Torpedoes (Tom Petty) a Born to Run (Bruce Springsteen). "Quero ganhar dinheiro com isso", afirma Iovine. "Mas também quero melhorar o som da música."