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“Quando se trata de moda, você não precisa se justificar”, diz a cantora Rita Ora

Estrela da campanha especial de dia dos namorados da C&A, a cantora passou por São Paulo e deixou seu recado: "Não se pode colocar regras na moda"

Pedro Antunes Publicado em 02/04/2013, às 19h50 - Atualizado às 20h52

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Rita Ora - Pedro Antunes
Rita Ora - Pedro Antunes

Um punhado de adolescentes se aglomerava na porta de um hotel no Jardins, em São Paulo, naquela noite quente de quarta-feira, 27 de março. Eles cantavam, em coro, com todas as forças, os versos de "How We Do (Party)", um dos singles do disco de estreia da cantora nascida em Kosovo e naturalizada inglesa Rita Ora – “Yeah when I'm with you / So put your arms around me baby / We're tearing up the town / 'Cause that's just how we do”. Depois de mais alguns “Rita, Rita, Rita!”, uma cabeleira loira, quase branca, surge de uma janela lá do alto do prédio. Ela acena por alguns segundos e já é o suficiente para criar-se um alvoroço lá embaixo.

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“Aquilo foi demais, não foi?”, disse Rita Ora à Rolling Stone Brasil, em São Paulo para estrelar a campanha de dia dos namorados da C&A. Foram apenas quatro dias por aqui, mas ela garante que voltará em breve, desta vez pela música, não só pelo lado fashion. Acontece que, com a jovem de 22 anos, moda e música caminham juntos e misturam-se em uma coisa só. “Acho que essa reação [a presença e os gritos do fã-clube adolescente do lado de baixo do hotel] acontece porque eu falo com eles, sabe?”

A conexão com os jovens é facilmente explicada pelas letras do único disco lançado por ela até agora, Ora (2012), pela maneira ousada dela se vestir, e pelo próprio jeito de ser. Estar diante de Rita Ora é como ver uma adolescente crescida. Ela brinca, faz piada, com sorriso largo, evita assuntos indigestos com birra e tem aquela impulsividade e petulância única da pouca idade.

Rita veste uma calça listrada, jaqueta de couro, algumas pulseiras extravagantes e um tênis dourado, que combina com os cabelos, soltos e longos. “Para mim, moda e música estão no mesmo patamar”, diz. “Com uma única diferença: quando se trata de moda, você não precisa se justificar. Já na minha música, as pessoas sempre querem saber mais sobre o que eu quis dizer com uma letra”, conta ela, que se diz fã de Gwen Stefani, cantora e líder do No Doubt: “Ela é fashion, é linda e é ótima. Ninguém arrasa tanto quanto ela. E a barriga dela? É muito melhor do que a minha".

A cantora logo chamou a atenção do universo fashion pelos figurinos ousados. “Eu já cometi alguns erros [no modo de me vestir], mas eu considero estes erros a melhor parte do meu vestuário”, afirma, rindo. “Mas aí está: eu não preciso me explicar ou me justificar, a moda é assim. Isso é ótimo”.

Ela prega que o vestuário deve ser, em um primeiro momento, desapegado. Sem restrições – “não se pode colocar regras na moda”, acredita, o mesmo espírito livre que ela tenta levar para a música. Com uma pequena diferença: “Se criticam a minha música, eu me sinto ferida”.

A cantora anuncia que está preparando um novo disco, mas faz mistério sobre as canções. “Você vai precisar esperar para ver”, diz. Esperar quanto? “Não muito, ele sairá ainda neste ano.” Rita explica que tem trabalhado com Dev Hynes, músico e compositor que já atuou ao lado de Florence and the Machine e The Chemical Brothers.

O novo álbum, ainda sem nome definido, sairá novamente pelo selo Rock Nation, de Jay-Z. “Eles são a minha família”, Rita brada. Trata-se da mesma gravadora de Rihanna, com quem Rita foi comparada desde o início da carreira. Ela, contudo, evita o assunto. “Também é o selo do J. Cole e de mais alguns que eu não consigo lembrar.” A cada tentativa de pergunta, ela era mais rápida: “Shakira!”, “Kylie Minogue!”, foi falando ela, moleca. “Você percebeu que estou tentando evitar esta pergunta, não é?”

O questionamento, na verdade, era sobre a raiz da comparação, já que apesar de ambas seguirem no mesmo seguimento, um pop dançante, as similaridades são poucas. “É o que eu digo! Ela é ótima, mas está em outro pronto da carreira. Lancei apenas um disco. Ela nasceu no Caribe [em Barbados], é muito longe”.

A entrevista chega ao fim, Rita precisa atender outros jornalistas. Antes, uma pose para foto. Rita se dirige a uma poltrona feita com cordas entrelaçadas. Conto a ela que esta é uma cadeira tradicional, onde alguns grandes nomes da música brasileira já posaram quando deram entrevista naquele mesmo hotel. “Sério?”, afirma, pensativa. “E se eu fizer isto?”, diz, levantando-se da poltrona, arrastando uma pequena mesa circular que estava no meio da sala até a parede. A cantora senta sobre ela, sorri e diz: “Algum artista brasileiro já sentou em cima da mesa?”