“Eu amo o Audac!! Escreva para mim”, a resposta do produtor norte-americano Gordon Raphael ao pedido de entrevista veio rápido e cheio de exclamações. A parceria entre ele, nascido em Seattle e conhecido pelo trabalho com a banda nova-iorquina The Strokes, e o quarteto Audac, formado em Curitiba, se deu por meio de uma série de coincidências: em julho, o produtor viajou para Florianópolis para ministrar um workshop, decidiu que gostaria de gravar com algum artista brasileiro e o Audac foi o nome recomendado.
Através de um processo de financiamento coletivo, Alyssa Aquino (vocal e sintetizadores), Debora Salomão (baixo e vocal), Alessandro Oliveira (guitarrista, ex-Copacabana Club) e Pablo Busetti (bateria) conseguiram viabilizar seis dias em estúdio com o produtor dos dois primeiros discos do Strokes, Is This It? e Room on Fire, responsáveis pelo que muitos acreditam ter sido a última grande revolução estética do rock, no começo dos anos 2000.
“Tive a sorte de ver o Audac tocando ao vivo alguns dias antes da gravação”, conta Raphael. “A minha primeira impressão, das gravações que haviam me mandado, não tinha me preparado para o poder dessa banda!”, diz.
O resultado de Audac, o primeiro disco do grupo, foi obtido com sessões de gravação ao vivo. “Ele curte gravar com essa pegada, com essa sonoridade bem lo-fi”, diz Busetti, dono de uma “bateria trovejante”, segundo o produtor. “Ele fez a gente se ouvir e perceber como funcionávamos juntos”, confirma Alyssa, uma das responsáveis pelos doces vocais em inglês. A força do quarteto em conjunto é destacada por Raphael, “por mostrar um equilíbrio entre o lado feminino e o lado masculino da música”. E ele completa: “Acho que o Audac pode se dar bem diante de qualquer público do mundo!”