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Rainha das Vendas

Como a cantora Adele, principal sensação do soul britânico, tem dominado as paradas em 2011

David Browne Publicado em 18/10/2011, às 18h09 - Atualizado em 25/11/2011, às 12h29

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<b>ADELE</b> Cantora também atinge paradas pop - Kevin Mazur
<b>ADELE</b> Cantora também atinge paradas pop - Kevin Mazur

Desde seu lançamento, em fevereiro, o disco 21 – que inclui o hit “Rolling in the Deep” –, da cantora Adele, progrediu para a liderança indiscutível de 2011. Ele chegou a praticamente qualquer tipo de fã de música: foram mais de três milhões de cópias compradas até o momento. Com mais de 1,1 milhão de cópias digitais vendidas, o trabalho ultrapassou Recovery, de Eminem, como o maior álbum digital de todos os tempos. E as vendas físicas (quase dois milhões de CDs) sugerem que Adele está atraindo fãs de música mais velhos e casuais. “Adele é atemporal”, diz Rick Rubin, copresidente da Columbia, gravadora de Adele nos Estados Unidos, e produtor de quatro faixas em 21. “Este álbum poderia ter saído há dez anos ou sair daqui a dez anos e ter o mesmo sucesso. As pessoas assumem que algo será bem-sucedido quando se encaixar, mas os mais revolucionários artistas não se encaixam. A boa música transcende o que se encaixa.”

Durante todo o verão do hemisfério norte, o disco vendeu constantemente de 72 mil a 115 mil cópias por semana. “O álbum se saiu bem para nós, mas não esperávamos nada desse tipo”, diz Mark Hudson, que trabalha na rede Trans World, com mais de 400 lojas. “Fãs que amam a Britney estão comprando, e também os que amam Aretha [Franklin].”

“Rolling in the Deep”, que chegou ao 19º lugar das 100 músicas mais tocadas no Brasil, vendeu quase cinco milhões de downloads pelo mundo. Surpreendentemente, a música foi feita em um dia. O produtor Paul Epworth gravou a faixa em seu estúdio caseiro, no noroeste de Londres. “Eu tinha alguns acordes de piano, e ela simplesmente cantou os versos sobre aquilo”, conta Epworth. “Tínhamos tudo mapeado em duas ou três horas.”

A demo era tão forte que eles construíram a versão final em torno dela, até o som dos sapatos Chanel de Adele batendo no chão. “Todos se apaixonaram pela demo”, diz Epworth, “então foi isso que usamos.” Quando o empresário de Adele a ouviu, a reação foi imediata: “Primeiro single”.

Adele (que cancelou a turnê que faria este mês nos Estados Unidos por conta de uma hemorragia nas cordas vocais) entregou o álbum à Columbia há um ano. A gravadora passou seis meses elaborando cuidadosamente uma estratégia para fazer 21 estourar no mundo inteiro, e insistiu que o disco, e especialmente “Rolling in the Deep”, não fossem empurrados goela abaixo dos ouvintes de rádio, permitindo que a reputação se construísse gradualmente. “Não foi apressado”, diz Rob Stringer, presidente da Columbia. “Nós a consultamos em cada passo.”

Mas 21 ainda não atingiu seu pico. Stringer vê uma forte demanda nas cruciais festas de final de ano. O álbum e “Rolling in the Deep” são nomes certos para as indicações ao Grammy no fim de 2011, o que aumentará ainda mais as vendas.

Em um jantar de comemoração em Londres em julho, o sucesso descontrolado claramente não tinha subido à cabeça da cantora. “Ela é muito pé no chão”, afirma Epworth. “Deu de ombros e bebemos champanhe.”

Ou como já disse Adele: “Não quero que minha personalidade seja maior do que minha música – quero que seja sobre minha música”.