Vocalista do Capital Inicial conta como foi gravar depois da queda que sofreu
Acidente em novembro
"A última lembrança que tenho é de pisar na fita de segurança e pensar: 'Tenho que dar um passo para a frente, estou no limite'. Achei que tivesse dado esse passo, não sei como caí. Até tentei ver a cena no YouTube, mas não consegui. Mas saí dessa experiência mais corajoso, com a impressão de que menos coisas podem me intimidar. Se eu sobrevivi a isso, por que deveria me intimidar com coisas inerentes ao dia a dia?"
Recuperação
"Estou bem. Só não digo que estou 100% porque às vezes sinto um pouco de dor, que, segundo os médicos, vai continuar durante cerca de um ano. Ainda carrego o trauma, tenho medo de chegar na borda das coisas, de cair e me machucar de novo."
A volta aos palcos
"Consegui fazer o primeiro show no meio de abril, em Goiânia. Estava com muita dor, mas foi emocionante. Foi um dos momentos mais intensos da minha vida, excluindo o acidente."
Gravação do disco
"A gravação estava marcada para quatro dias após o acidente. Quando estava no hospital, disse para os caras da banda gravarem sem mim, enquanto eu acompanhava o que dava por Skype. Foi muito divertido! Nunca fiz algo assim, nem ouvi falar de alguém que já tenha feito."
Das Kapital
"Este disco é o mais melancólico do Capital e isso inevitavelmente está ligado ao acidente. Quando gravei a voz, em janeiro, mudei trechos das músicas para um tom mais triste. A primeira faixa, 'Ressurreição', foi escolhida propositalmente para abrir o disco. É exatamente o que me aconteceu. Basta passar pelo que eu passei, que a melancolia vem junto."