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Ratos de Porão prepara primeiro disco de inéditas desde 2006

Atum, porco de estimação de João Gordo, faz participação no álbum Século Sinistro

Pedro Antunes Publicado em 23/12/2013, às 11h58 - Atualizado às 12h14

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SINISTROS
O Ratos no estúdio Family Mob (a partir da esq.): Boka, Gordo, Jão e Juninho. No detalhe, o porco Atum


 - Jorge Lepesteur
SINISTROS O Ratos no estúdio Family Mob (a partir da esq.): Boka, Gordo, Jão e Juninho. No detalhe, o porco Atum - Jorge Lepesteur

“Essa é a ‘Beber até morrer’ do disco”, diz João Gordo, com um sorriso sacana, enrolando o longo cavanhaque grisalho com os dedos. A música em questão é “Grande Bosta”, com batidas vagarosas e letra dedicada ao “povão que se mata por futebol”, como ele define. Os alto-falantes do estúdio Family Mob, na zona oeste de São Paulo, cospem os gritos nada alegres do vocalista do Ratos de Porão. Era o último dia de gravações do mais novo disco da banda paulistana, Século Sinistro, o primeiro álbum completo do RDP desde Homem Inimigo do Homem (2006).

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A discografia do Ratos costuma expor o lado negro da sociedade. “É o cotidiano desprezível, sabe?”, afirma Gordo, que também assina a produção executiva do disco. Ele explica que Século Sinistro não fugirá dessa função social. “[O álbum também tem] uma indignação da minha parte, com a política, com a impunidade. Retrata o cotidiano da gente com a maior raiva e desprezo”, diz.

Século Sinistro chegará às lojas em março de 2014, ano em que o primeiro trabalho oficial do Ratos, Crucificado pelo Sistema, completa o 30º aniversário. “O lance naquela época era mambembe total”, relembra Jão, guitarrista e membro-fundador da banda, criada em 1981. “A gente levava uma garrafa de cachaça pro estúdio, fazia uma balada-monstro, gravava 16 músicas em dois dias e estava pronto.” A sonoridade vintage, contudo, ainda é mantida. As 12 faixas (mais uma bônus) foram gravadas de modo analógico, em fita. “As bandas que gravam em digital ficam meio pasteurizadas”, acredita o baterista Boka.

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O disco trará a participação de Moyses Kolesne, guitarrista da banda Krisiun, e de Atum, o porco de estimação de João Gordo. “Dava pra ouvir os gritos do porco do lado de fora”, diz Jão, sobre a participação do animal na música “Sangue e Bunda”. “Ele é um porquinho sortudo, porque não vai virar linguiça”, Gordo brinca. “É muito louco saber que ele participou.”

Saiba mais sobre o disco no vídeo abaixo: