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Relembrando Some Girls (e Tentando Se Reunir)

Enquanto os Rolling Stones planejam a festa de 50 anos, também finalizam faixas perdidas

Patrick Doyle Publicado em 09/12/2011, às 12h37 - Atualizado em 26/12/2011, às 14h50

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<b>PARA AS GAROTAS </b> Os Rolling Stones resgataram faixas “esquecidas” do fim dos anos 70 - Divulgação
<b>PARA AS GAROTAS </b> Os Rolling Stones resgataram faixas “esquecidas” do fim dos anos 70 - Divulgação

No começo de setembro, Keith Richards passou dois dias no Electric Lady Studios, em Nova York, acrescentando guitarras a algumas músicas inacabadas das sessões do clássico Some Girls (1978), dos Rolling Stones. “Foi uma viagem no tempo”, ele diz. “Você é imediatamente transportado de volta a Paris, em 1977.” E o que ele viu por lá? “Um punhado de vagabundas que eu já tinha esquecido”, o músico diz, rindo. “Coisas assim.”

O relançamento de Some Girls – cheio de extras, incluindo 12 faixas inéditas – foi uma viagem no tempo para a banda inteira, mandando-os de volta a um período em que Richards estava aguardando julgamento por posse de heroína, Mick Jagger estava freqüentando intensamente as baladas de Nova York e os Stones foram forçados a encarar tempos de mudança. “Estávamos sendo chutados na bunda pelos punks”, diz Richards. “Não que eu seja um grande fã de punk, mas a energia deles e o fato de que você notava que outra geração estava ultrapassando você eram como um chute no traseiro. Era a hora de ir direto ao básico e não ficar brincando com vozes femininas glamurosas, metais e coisas assim.”

“Havia muita coisa boa em termos de mistura de gêneros antes de tudo ficar separado demais”, acrescenta Jagger, que na época estava absorvendo tudo, de Clash a dance music. “Você tinha o fim do punk e o começo do hip-hop – este negócio meio quase rap, que você pega um pouco se ouvir ‘Miss You’ e ‘Shattered’.”

Começando em outubro de 1977, a banda se enfiou em um espaço para ensaios no estúdio Pathé Marconi, em Paris, e passou meses tocando. “Todo mundo estava explodindo em riffs”, diz Ron Wood. “O lema era: ‘Mais músicas rápidas’.” Lá eles deram cria ao álbum mais eclético de toda a carreira do grupo, indo da disco glitter (“Miss You”) ao speedy punk (“When the Whip Comes Down”) e baladas profundas, mostrando o recém-descoberto entrelaçamento das guitarras de Richards e Wood (“Beast of Burden” e “Just My Imagination”).

Com o produtor Don Was (que comandou o relançamento de Exile on Main St. no ano passado), os Stones voltaram a Some Girls no começo do ano, polindo centenas de horas de fitas das sessões originais. Na verdade, Richards estava hesitante quanto a vasculhar os arquivos. “[Exile] foi algo único”, diz ele. “Mas você ouve Some Girls e percebe que há muita coisa para brincar. Acabei gostando.” E Richards tinha outro motivo para assumir o projeto: “É também outro de meus planos secretos para tentar juntar os caras de novo”.

Assim, Richards encontrará Wood e o baterista Charlie Watts em um estúdio em Londres. “Vamos só tocar juntos um pouco, porque não fazemos isso há três ou quatro anos”, diz Richards. “Você não quer necessariamente ensaiar ou compor – só quer fazer contato. É um bom começo: eu, Charlie e Ronnie. Mick é bem-vindo e tenho certeza de que ele vai aparecer, mas agora só queremos entrar em forma.” Ele também disse que a oferta é válida para os ex-integrantes, como o baixista Bill Wyman e o guitarrista Mick Taylor.

Além disso, os planos dos Stones para o aniversário de 50 anos da banda no ano que vem permanecem obscuros. “Só espero que possamos tocar ao vivo”, diz Wood. “Seria incrível ver se aquela velha chama ainda está lá.”