As Cobras Malditas investe no blues com alma punk; ouça aqui
Por José Julio do Espirito Santo Publicado em 14/04/2008, às 15h12 - Atualizado em 30/04/2008, às 12h20
Em uma viagem a Detroit, em 2004, os amigos Alessandro "Psycho" Padovano e Roger Tarantino mergulharam fundo na cena roqueira local - hoje encabeçada pelo White Stripes. Mas a idéia de montar um grupo surgiu quando assistiram a uma apresentação ao vivo do The Dirtbombs, um quinteto punk com levadas de blues. "Foi um show que mudou minha visão de banda e de rock", Psycho conta. A dupla retornou ao Brasil com as malas cheias de discos de bandas de garage rock da região, como Gore Gore Girls e The Von Bondies, além de um projeto em mente. Começavam aí as atividades do The Goddamn Snakes!, que não demorou a ganhar uma tradução e virar As Cobras Malditas.
Junto a Psycho (voz) e Roger (guitarra), formam o grupo o baterista Zé, que também toca nos Borderlinerz, e o guitarrista Marcelo Schenberg - o As Cobras Malditas não tem um baixista. "Como é uma banda só baseada em guitarra, bateria e voz, às vezes a gente faz um monte de gambiarra", Marcelo explica. "Como ligar o amplificador de guitarra em um amplificador de baixo." Para Roger, a ausência do instrumento só ajuda a trazer mais identidade para o som da banda: "As guitarras se complementam em vez de competirem uma com a outra".
Depois de realizar shows na Argentina e no Brasil e lançar dois EPs - Boogie Farm Sessions e Love Myself for Hating You, o As Cobras Malditas tem como próximo passo o lançamento de um álbum de estréia. Mas sem pressa. "Acho que assim todo mundo na banda tem, a seu modo, uma noção de querer se manter autêntico", Marcelo explica. "Se sentirmos que está rolando a vibração, que o negócio é verdadeiro, então está valendo. Independentemente de modismos que o mercado fonográfico peça." Não apenas malditas, as serpentes são sábias.