Retribuindo o Favor

Johnny Marr retorna ao Brasil pouco mais de um ano após participação no festival Lollapalooza

Lucas Brêda

Publicado em 15/06/2015, às 18h15 - Atualizado em 17/06/2015, às 14h31
Contente com o público paulistano, Marr mostrará novo álbum - Divulgação
Contente com o público paulistano, Marr mostrará novo álbum - Divulgação

Foi preciso uma experiência memorável para trazer Johnny Marr de volta ao Brasil rapidamente. “Foi surpreendente, a plateia sabia cantar as músicas do [primeiro álbum solo, de 2013] The Messenger”, lembra-se o guitarrista, falando sobre o show na edição nacional do Lollapalooza 2014. “Minha banda ficou impressionada.” A ocasião foi marcada por um momento especial, no qual algo próximo da formação original do Smiths (ou, pelo menos, o mais próximo que os brasileiros já presenciaram) tomou o palco: Marr tocou o hit “How Soon Is Now?” com o ex-baixista da banda, Andy Rourke.

Neste mês de junho, Marr retorna a São Paulo para fechar o festival Cultura Inglesa, em apresentação com abertura do Strypes. Desta vez, ele traz a turnê de Playland (2014), disco que dá continuidade à carreira solo iniciada tardiamente – mais de 15 anos depois do último álbum do Smiths.

“Consegui conhecer minha plateia de perto”, conta, definindo o segundo disco como um resultado da experiência solo ao vivo. “Minha banda estava muito entrosada. Queríamos traduzir o que fazemos no palco.” Contudo, Playland é mais do que Marr e sua banda afiados no estúdio. O trabalho beira o conceitual, com divagações acerca da futilidade, ganância e aspectos da vida moderna. “‘Easy Money’ trata de como as pessoas vivem por dinheiro”, diz, citando o principal single do álbum. “Por isso fiz a música em formato pop e comercial, como uma forma de tirar sarro.”

Agora, além da carreira solo, Marr prepara uma autobiografia, anunciada para 2016. “Tenho muitas histórias”, comenta. “Meus amigos estão cansados de me ouvir contá-las até às 2h da manhã e querem que eu as coloque em um livro e cale a boca [risos].” Aos 51 anos, ele encara as memórias da juventude e medita sobre a passagem do tempo. “Eu vivia como se tivesse 36 horas por dia. Agora, vivo com as usuais 24 horas”, brinca, acrescentando: “Também acho que estou mais educado. Ou pelo menos gosto de pensar que sim.”