Multiestadual, quarteto investe em sonoridade pop e shows bombásticos
Tudo começou em uma boate gay de Cuiabá, capital do Mato Grosso - mas poderia ter sido em uma igreja. "Venho de família protestante e aprendi a tocar na igreja mesmo, onde tive contato com instrumentos de verdade", conta o vocalista e baixista gaúcho Ricardo Kudla, um dos integrantes do multiestadual Revoltz. "Um dia, pedi ao meu professor de guitarra para me ensinar a tocar uma música do Ira!. Ele disse que era 'do demônio' e me expulsou da aula", conta. Após o desentendimento, Kudla, então com 9 anos, montou sua primeira banda, a Bandemônio.
Anos mais tarde, o músico foi morar em Cuiabá, onde o Revoltz completou sua formação. Juntou-se a ele Marcella Yoshida (teclado e voz, nascida em Cuiabá), Heitor Jooji (guitarra, de São Paulo/SP) e Jean Albernaz (bateria, de Campo Grande/
MS). "Nosso primeiro show foi em uma boate gay. Muita gente não foi, alegando que seria malfalada se fosse vista em um local de pederastia explícita", explica o vocalista. "O show foi ótimo, meio Velvet Underground da época da Nico."
O primeiro disco, Beijo no Escuro, foi lançado este ano. São 13 faixas cantadas em português que falam de comportamento, relacionamentos amorosos, conflitos. "Pode soar clichê, mas a paixão é o que me move a estar sempre buscando novas sonoridades, ritmos e letras", conta Kudla, o principal compositor do Revoltz e também ator de comerciais de cerveja na região Sul do país. Para acompanhar os temas comportamentais, o Revoltz investe em uma sonoridade pop, com melodias fáceis de assobiar, riffs grudentos, teclados e uma presença de palco empolgante. "Conseguimos uma excelência nas apresentações, pois a banda está bem coesa não só na música como na performance de palco", comenta Kudla, atualmente morando em São Paulo. "Já que somos dependentes e não independentes, programamos as apresentações de maneira especial. O resultado costuma ser bombástico."
Ouça: "Capítulo" em www.revoltz.com.br.