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Rimas de Sangue

Por dentro do sangrento filme de kung fu do líder do Wu-Tang Clan, RZA

Jonah Weiner | Tradução: J.M. Trevisan Publicado em 13/12/2012, às 15h25 - Atualizado às 15h25

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<b>PROTEJA-SE</b> RZA em The Man With the Iron Fists - CHAN KAMCHUEN/UNIVERSAL PICTURES
<b>PROTEJA-SE</b> RZA em The Man With the Iron Fists - CHAN KAMCHUEN/UNIVERSAL PICTURES

Quando RZA era garoto em Staten Island, a caminhada até a escola era de mais de 3 quilômetros. “Eu não tinha um tostão, nem como pegar o ônibus”, relembra, sentado no escritório de sua gravadora em Manhattan em uma tarde chuvosa de outono. Para passar o tempo enquanto andava, o futuro cabeça do Wu-Tang Clan imaginava elaboradas histórias de vingança inspiradas por seus filmes de artes marciais favoritos. “Por ter crescido em um lugar em que tiros eram comuns, eu me identificava com a irmandade e lealdade das histórias”, ele diz.

Os álbuns do Wu-Tang Clan estão repletos de referências e samples de kung fu, mas há muito tempo RZA sonhava em fazer um filme em que pudesse dar sua visão do gênero. Em 2 de novembro, seu desejo se tornou realidade com o lançamento de The Man with the Iron Fists (sem previsão de estreia no Brasil) – uma história chocante de traição e honra que ele próprio dirigiu. “Algumas das ideias são de pelo menos quatro filmes que inventei em minhas caminhadas para a escola”, conta.

As filmagens duraram mais de dez semanas na China, com Russel Crowe e Lucy Liu em atuações propositalmente exageradas, em meio a um elenco que inclui astros de ação locais, como Daniel Wu. “Foi uma combinação realmente especial”, diz RZA, que interpreta o escravo fugitivo que se torna um mestre ferreiro. O rapper já tinha dirigido alguns projetos pequenos por diversão, mas pela primeira vez teve à disposição uma equipe e uma quantidade enorme de galões de sangue falso. O criador de O Albergue, Eli Roth, coescreveu o roteiro com RZA, e Quentin Tarantino, amigo dos dois, assinou o filme como “apresentador”. RZA diz que sua educação como cineasta veio de uma passagem pelo set do sucesso de Tarantino Kill Bill: Vol. 1 (2003), para o qual fez trilha sonora. “Voei até a China, passei 30 dias no set com uma porra de um caderno, assistindo e anotando tudo”, conta. “Quando Quentin visitou meu set, ele chegou perto, se inclinou na minha direção e disse: ‘Estou orgulhoso de você: o aluno se tornou mestre’”, como em um filme de kung fu.