Rob Halford, do Judas Priest, explica como é ser um ícone cristão do metal
Em 2011, o cidadão inglês Robert John Arthur Halford vai completar 60 anos. Mas como Rob Halford, o vocalista do Judas Priest, ele vem fazendo a história do heavy metal há um pouco menos. Aproveitando uma pausa dos trabalhos de sua banda titular, o cantor esteve no Brasil no mês passado para uma apresentação única em São Paulo, na qual mostrou músicas de seu mais recente disco solo, Halford IV: Made of Metal. Mas aqui o chamado "Metal God" dá mais detalhes sobre seu sentimento natalino, a carreira solo e o novo CD do Judas, que deve ser gravado no ano que vem.
Você é conhecido pelo apelido de "Metal God" (Deus do Metal). Como é ter que viver com essa reputação?
Eu vivo intensamente o mundo do heavy metal. Claro, existe todo esse lance das correntes, couro, motos, essas coisas que são ligadas a minha imagem. Eu me sinto muito confortável e honrado em ser chamado Deus do Metal. E, antes que eu me esqueça, é também o nome da minha linha de camisetas e acessórios personalizados. Quando se tem uma imagem forte como a minha, é preciso aproveitar as oportunidades.
No final do ano passado você lançou Halford III: Winter Songs, no qual canta somente músicas de Natal. Alguns fãs mais radicais acharam estranho um ícone do metal entoando músicas com sentimentos natalinos
Bobagem. Nunca escondi que sou cristão. Sou uma pessoa de muita fé. Não entendo como alguém acha que fazer parte de uma banda de metal significa renegar o lado espiritual. Halford III é um projeto pessoal. Significa mais para mim do que muita coisa que já fiz. O Natal é uma época que aguardo ansiosamente. É um tempo para recarregar as energias, reencontrar a família. E nem todo mundo criticou, fui apoiado também.
Você está lançando um novo disco solo. Qual a diferença de cantar no Judas e em sua banda, Halford?
Eu sou um cara muito prolixo, escrevo o tempo inteiro. Na verdade, eu acho que todo mundo deveria ter uma banda paralela. É saudável. Para mim, ajuda no relacionamento com o resto do Judas. Ativa minha criatividade. O bom é que o Judas não é uma indústria como outras bandas. Não existe a obrigação de estarmos o tempo inteiro excursionando ou gravando. Mas eu preciso dar vazão ao que produzo, tenho de registrar esse material. No Halford, tenho a sorte de trabalhar com o produtor e guitarrista] Roy Z, um parceiro musical que entende minhas ideias e ambições musicais.
Há dois anos o Judas Priest lançou o álbum Nostradamus. O que você acha da comparação que alguns críticos e fãs fazem dos novos discos da banda com clássicos do Judas como British Steel e Painkiller?
Bem, você não pode viver do passado, por melhor que ele tenha sido. Eu e os rapazes do Judas nos sentimos honrados por termos feito os discos que você citou, definitivamente marcaram época e ajudaram o metal a progredir. Mas todos nós achamos que qualquer disco recente do Judas, como o Nostradamus, tem músicas tão boas quanto as que fizemos nos anos 80.
Existem planos para um novo CD do Judas Priest?
Certamente. Em dezembro vou aproveitar a pausa de Natal para ver o resto da banda, confraternizar com o pessoal. Vai ser também a ocasião ideal para que todos tragam ideias e apresentem suas novidades.