O cantor fala de sua jornada pelo mundo e do futuro incerto do The Who
O álbum Tommy, do The Who, já foi revivido muitas vezes (e de várias formas) desde 1969: como filme, musical da Broadway, sinfonia e até balé. Neste ano, o vocalista da banda, Roger Daltrey, trará a ópera rock de volta às suas raízes, apresentando-a do início ao fim nas 45 datas de sua turnê solo mundial (sem previsão de passagem por aqui). "Meu Tommy é muito mais parecido com a concepção original", ele diz. "Há também uma boa quantidade de canções do álbum que o Who nunca tocou. Estou fazendo a coisa toda."
Daltrey decidiu levar Tommy à estrada depois de revisitar a obra em um evento beneficente do Teenage Cancer Trust, em Londres. "Foi na base do instinto", diz. "Gostei muito de cantá-lo e explorar a musicalidade do disco." A banda de apoio dele inclui o irmão de Pete Townshend, Simon, na guitarra. Mas o Who voltará a excursionar um dia? "Pete está com problemas terríveis de audição", conta. "Vou sentir falta de estar lá com ele, mas não quero que ele acabe com o pouco que lhe resta de audição." Já Townshend diz que voltará aos palcos em 2012, com Daltrey, tocando o disco Quadrophenia.
Daltrey acrescenta que as últimas turnês do Who foram experiências excruciantes. "Me afetou - senti a pressão", ele explica. "Eu estava tendo problemas terríveis para ouvir o que estava cantando. Fiquei muito, muito doente, a ponto de quase precisar ser hospitalizado." Ele se sente bem melhor agora, mas, aos 67 anos, percebe que seus anos de astro do rock estão chegando ao fim. "Estamos nos últimos trechos de nossa carreira. Mas sinto que o público que sempre nos apoiou merece que estejamos lá com eles, para que possam partir junto com a gente."