A versão de 2018 do Calendário Pirelli reúne 18 celebridades negras em fotos baseadas no livro
Em tempos de movimentos como #blackisbeautiful e #BlackLivesMatter, abraçar uma causa é uma tendência entre as marcas que buscam se conectar aos consumidores jovens. E o Calendário Pirelli, que nos últimos anos já caminhava nesta direção, parece ter acelerado essa tendência. Agora, saem as modelos sem roupa e surgem as mensagens políticas e sociais cada vez mais explícitas. Para o Calendário 2018, a empresa italiana escalou um elenco composto exclusivamente por artistas negros para “recriar” a história de Alice no País das Maravilhas.
Durante o evento de lançamento da publicação em Nova York, o britânico Tim Walker, responsável pelos cliques aqui presentes, disse à Rolling Stone Brasil que não buscou uma temática especificamente precisa estar atento ao mundo, ligado ao espírito do tempo. E o que acontece na sociedade consequentemente influencia minhas obras”, afirmou. Segundo Walker, não houve qualquer pedido da Pirelli, criativo ou comercial, para este projeto.
Mas os nomes escolhidos para esta edição mostram que a publicação foi criteriosa ao reunir o elenco para incorporar os famosos personagens. A supermodelo Naomi Campbell, o rapper e megaprodutor Sean “Diddy” Combs, as atrizes ganhadoras do Oscar Whoopi Goldberg e Lupita Nyong’o e duas das modelos do momento, Adwoa Aboah e Duckie Thot, também preenchem as folhinhas. Sem falar da presença de RuPaul, a drag queen mais amada do mundo.
“O fato de o calendário ser composto somente por negros manda uma mensagem poderosa de diversidade e unidade”, diz a modelo Thando Hopa. “Todos merecem ser representados fora dos estereótipos que limitam nossas possibilidades.”
Naomi Campbell, notória pelo temperamento difícil, pareceu irritada quando questionada se o fato de o calendário ter somente negros poderia ser visto como uma manifestação política. “O calendário é uma fantasia. Só o vê como político quem quer vê-lo como político”, disse a veterana. “Estava mais do que na hora de nós, negros, nos vermos representados no calendário mais importante do mundo. Só queríamos recontar uma história por uma outra ótica”.
Para Diddy, a oportunidade de fazer parte do projeto foi uma maneira de garantir que haveria mais representação para a comunidade negra na moda. “Movi montanhas para fazer parte desse projeto”, disse o rapper, observando que o calendário chega em um momento em que ele sente que precisa ser “uma expressão sem piedade de orgulho negro”. “É uma chance de empurrar a consciência social e quebrar barreiras. Por anos, algo assim não teria acontecido no mundo da moda, por isso sinto ser parte da história e estar desempenhando um papel ativo. Quero liderar pelo exemplo.”
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