Produtores se dedicam a atualizar o legado de Elvis Presley para as novas gerações
Dois novos produtos chegam ao mercado para tentar manter vivo o nome e a música de Elvis. Um deles é o livro Elvis Presley - A Vida na Música, do produtor e pesquisador dinamarquês Ernst Jorgensen, um herói para os fãs do cantor. Há mais de 20 anos, Jorgensen vem retrabalhando o enorme catálogo do Rei do Rock, resgatando também gravações raras. Além de ser responsável por reedições, como as caixas temáticas do cantor, ele administra o selo Follow That Dream, especializado em gravações obscuras. A Vida na Música, novidade em português, é considerado uma bíblia para pesquisadores.
"Ele responde a todas as questões fundamentais sobre a música de Elvis", diz o escritor. "Muitos ainda se perguntam por que um artista de imenso talento gravou material de qualidade inferior, principalmente em seu período hollywoodiano nos anos 60. O problema é que Elvis vivia atrelado a editoras musicais. Ele não era compositor e os autores tinham de dar uma parte da parceria para ele. Isso fazia parte do acordo para que eles gravassem músicas de Elvis", explica. "Era exigência do empresário dele, o Coronel Tom Parker. A quantidade de música exigida era grande, por isso nem tudo prestava. Apesar disso, era Elvis quem mandava no estúdio. Ele se autoproduzia. Sabia o que esperar dos músicos e injetava sua personalidade e um toque especial mesmo em canções não tão boas."
Enquanto Jorgensen revira o baú, outro produtor procura dar à música de Elvis Presley uma cara de século 21. Erich van Tourneau é responsável por Viva Elvis, a trilha sonora do espetáculo de mesmo nome, realizado pelo Cirque Du Soleil. "Eu e minha equipe ouvimos três mil horas de gravações para selecionar o material", revela Van Tourneau. "Foi difícil, mas escolhemos canções como 'Burning Love', 'Suspicious Minds' e 'Blue Suede Shoes', que não deixam dúvida quanto ao lado mais roqueiro dele." A instrumentação original foi removida e a voz de Elvis agora aparece em cima de uma base que mistura música eletrônica a hip-hop. "Eu pensei que fosse ouvir reclamações de fãs mais radicais, mas no geral a nossa equipe vem recebendo elogios pelo trabalho", diz. "Muitos falam que agora está bem mais fácil dançar ao som das músicas. Não vamos nos esquecer de que, quando Elvis começou, essa era a intenção dele."