Rolling Stones falam sobre os novos shows e o relançamento do clássico álbum Sticky Fingers
Os Rolling Stones estão de volta à estrada. Entre maio e julho, a banda vai se apresentar em estádios da América do Norte pela primeira
vez em nove anos, em uma maratona de shows que, especula-se, pode chegar ao Brasil no segundo semestre. O grupo passou pelos Estados Unidos não faz tanto tempo, mas com shows menores. “Todo mundo tem aproveitado bem os últimos anos”, diz Keith Richards. “Estamos nos
sentindo energizados.” As apresentações também marcam o relançamento de Sticky Fingers (1971), que sai em edição de luxo em 26 de maio, nos Estados Unidos. A turnê foi batizada como Zip Code Tour, por causa do zíper que aparece na capa do LP original, idealizada por Andy Warhol. “Estamos pensando na ideia de tocar o disco todo”, revela Mick Jagger. “No mínimo, vamos tocar as músicas
que não costumamos tocar.” Se eles realmente decidirem apresentar a íntegra do disco, terão de superar um grande obstáculo. “Ele tem cinco
músicas lentas, e fazemos no máximo duas em shows”, explica Jagger. “Talvez, se a gente tocar, as pessoas achem ótimo. Mas talvez elas fi quem impacientes e resolvam ir pegar uma bebida.”
O palco, que inclui uma passarela que leva a um segundo palco no meio do público, é o mesmo que foi usado na Europa, em meados do ano
passado. “Os estádios não são assim tão diferentes dos ginásios”, afirma Richards. “Só são bem maiores, e você sempre tem que lidar com o clima, a chuva, por exemplo.” Também significa que Jagger, que completará 72 anos em julho, terá de passar duas horas por noite correndo em um palco enorme. “Eu reforço a coisa toda da boa forma antes de uma turnê”, afirma o vocalista. “Faço cross-training, e o meu treinador fala: ‘Tente cantar enquanto faz isso’. Não é algo que eu possa fazer em uma academia, na frente de outras pessoas.”
A turnê salienta a ausência de dois rostos conhecidos nos últimos shows que os Stones fizeram. O saxofonista Bobby Keys, que tocava com eles há muito tempo, morreu de cirrose no último mês de dezembro. O guitarrista Mick Taylor, ex-integrante ofi cial que se apresentava com a banda como convidado desde 2012, também não vai comparecer. “Até onde eu sei, ele não está disponível”, diz Richards. “Não entrei em detalhes, mas ouvi dizer que estava doente.” (Por meio de um representante, Taylor diz que não está doente e que não
foi convidado para a turnê.)
Apesar das baixas, nasce uma nova esperança para os fãs: nos últimos 18 anos, a banda só lançou um álbum original (A Bigger Bang, de 2005), mas hoje os integrantes debatem a possibilidade de novas gravações. “Seria bem legal. Tenho muitas músicas que seriam perfeitas para os Stones”, reforça Jagger. Richards espera que aconteça. “Estamos falando de fazer algumas gravações depois desta turnê, mas não há nada definitivo. Eu gostaria de colocar os garotos de volta no estúdio.”
Enquanto isso, Richards acaba de finalizar um disco solo com o baterista Steve Jordan e o cantor Bernard Fowler, backing vocal dos Stones, que ele espera lançar em setembro. “Os Stones têm trabalhado tanto que tenho segurado [o lançamento] até encontrar o momento certo”, diz o guitarrista. O disco pode ser o ponto de partida para a primeira turnê solo de Richards desde 1993. “Tem se falado sobre isso. Geralmente, quando lanço um disco, também faço shows.” Mas existe a possibilidade de esses planos ficarem em aberto, já que Jagger já pensa em uma nova turnê para os Stones, depois de finalizadas as apresentações na América do Norte. “Todo mundo parece estar gostando de fazer shows anualmente”, garante Jagger. “Não temos nada agendado no momento, mas estamos conversando sobre datas no segundo semestre.” E é aí que uma possível passagem pelo Brasil pode se concretizar.