O Killers quis uma pausa, então Brandon Flowers fez um novo disco sozinho
Patrick Doyle | Tradução: Lígia Fonseca Publicado em 12/05/2015, às 16h24 - Atualizado em 13/05/2015, às 17h02
Desde que terminou uma turnê em 2014, o The Killers está sossegado – o que não necessariamente deixa Brandon Flowers confortável. “Alguns dos caras quiseram uma pausa da correria”, conta o vocalista de 33 anos. “Eu quis continuar.” Então, ele decidiu gravar um novo disco solo, The Desired Effect (previsto para 19 de maio), com canções cheias de sintetizadores feitas ao lado do produtor Ariel Rechtshaid (Haim, Vampire Weekend).
Parece que você pegou algumas deixas da Lorde neste disco. É fã dela?
Sou. Há algo realmente ousado no quanto as músicas dela são despidas. Esse tipo de minimalismo é um bom caminho – mas se você for tirar as camadas daquela forma, é melhor que a música seja realmente boa.
Hoje, o que passa pela sua cabeça quando ouve rádio?
Você escuta muita mistura de gêneros, e isso é ótimo, mas as bandas que existiam quando o Killers surgiu – Strokes, Franz Ferdinand, Interpol – tinham uma identidade forte. Não escuto muito isso, acho.
Li um artigo que descreveu o segundo álbum do Killers, Sam’s Town, como um dos discos mais mal compreendidos da década.
Ele foi massacrado, começando com a Rolling Stone EUA, mas fiquei mais forte por causa disso.
Antes do lançamento, você dizia que era “um dos melhores álbuns dos últimos 20 anos”.
Ainda consigo ver: estava na minha calçada na cidade de Henderson, Nevada, dando uma entrevista, e me lembro dessas palavras saindo da minha boca.Não sabia que seria tão polêmico.
Só estava empolgado! E o tiro acabou saindo pela culatra. Falei muita besteira no começo.
Como em 2006, quando você disse que Kanye West te deixava “enjoado”?
Essa é difícil. Todos têm medo de falar algo oposto a ele ser um gênio. É loucura, cara! Não vou detoná-lo, mas vou dizer que acho isso frustrante [risos]. Muita gente pode concordar comigo agora. Posso ter estado um pouco à frente do meu tempo.
Entre datas solo, você está fazendo shows com o Killers.
Dez anos depois do nosso primeiro álbum, há mais gente do que nunca nos nossos shows. Mal posso esperar pelo próximo disco do Killers e fazer isso de novo.
Há anos há boatos de que vocês estão se separando.
Entendo. É uma grande máquina agora. Precisamos achar um jeito de recuperar um pouco da fome que tínhamos no começo, não apenas olhar para isso como uma oportunidade de ganhar dinheiro. Quero que a gente volte ao ponto de ser uma banda, pessoas que querem se unir e conquistar o mundo. É o que vem à mente quando penso no INXS ou no U2 ou nos Stones.