Após crowdfunding ousado, Apanhador Só se aproxima dos fãs fazendo shows caseiros
O Apanhador Só passou dois anos levando o segundo álbum da carreira, Antes Que Tu Conte Outra, para vários lugares do Brasil e do mundo. Para 2015, o grupo planejava repetir a tática lançando um financiamento coletivo para gravar um novo disco. “Mas aí pensamos: ‘Talvez seja melhor fazer a turnê primeiro e depois o álbum”, conta o vocalista, Alexandre Kumpinski, que não está falando de qualquer turnê. Trata-se de uma excursão com shows realizados na sala das casas dos fãs. “Sabíamos que precisaríamos de uma van para isso, e o ‘clique’ veio quando notamos que poderíamos vender o veículo depois da turnê para gravar o disco.”
Assim, o trio gaúcho – que no palco vira quinteto – lapidou um projeto bastante inovador: um crowdfunding para custear o carro (e os equipamentos), seguido da realização da turnê em mais de 20 cidades – quase 100 datas –, aí a venda do carro e a subsequente gravação. “As viagens também podem nos alimentar com experiências para a criação do trabalho”, emenda Kumpinski. O projeto angariou quase R$ 105 mil, sendo que tinha meta de R$ 77 mil.
Apesar de ser conhecido pelos shows gratuitos em espaços abertos, o Apanhador Só prepara a turnê com apresentações “elétricas”, análogas a um espetáculo de clube. A primeira parada de Na Sala de Estar aconteceu em 25 de agosto, em Porto Alegre, seguindo para São Paulo e para todos os estados do Nordeste. Os músicos demoram entre quatro e seis horas para preparar a sala, e pretendem dormir nas casas onde vão tocar. “Quando acaba, largamos os equipamentos e estamos livres até o outro dia à noite.” É neste tempo que Kumpinski pretende reunir as ideias para o terceiro disco do grupo, a ser gravado no ano que vem.