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Sucesso sem Sentido

Thomas Mars, líder do Phoenix, fala sobre seu nome artístico e o álbum perfeito

Por Austin Scaggs Publicado em 20/07/2010, às 05h17

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<b>A CAMINHO</b> Mars, que deve vir ao Brasil com o Phoenix no segundo semestre - Tom Watkins / Rex Features / Imageplus
<b>A CAMINHO</b> Mars, que deve vir ao Brasil com o Phoenix no segundo semestre - Tom Watkins / Rex Features / Imageplus

Algumas bandas são catapultadas para o sucesso repentinamente, mas o Phoenix era uma banda cult celebrada por seus fãs há quase duas décadas. "Começamos a tocar juntos quando tínhamos 10 anos", diz o vocalista Thomas Mars, voltando de um show da turnê na Cidade do México. Naquele primeiro ensaio, Mars tocou em um pequeno kit de bateria, enquanto Deck D'Arcy (hoje o baixista da banda) martelava em um teclado. Com seu quarto álbum, Wolfgang Amadeus Phoenix, o quarteto se estabeleceu como a melhor banda francesa de rock... de todos os tempos, provavelmente.

Mars é seu sobrenome verdadeiro?

Não, não é.

Então qual é?

É para isso que uso Mars - para não ter de contar! Escolhi Thomas por ser obcecado por Steve McQueen em Thomas Crown - A Arte do Crime. Há uma cena em que ele está assinando uns papéis, e eu gostei muito da letra dele. E aí não sei por que, mas comecei a escrever "Thomas Mars" sem parar. Tinha um som de que eu gostava. Pela mesma razão, não consigo me lembrar de por que demos o nome de Phoenix para nossa banda. Só gostava de como soava.

Quais álbun são perfeitos?

Amo os que passam a sensação de livros, com começo e fim. Por isso é importante, para nós, fazermos discos assim. Nesse sentido, o disco supremo é What's Going On, do Marvin Gaye. As músicas são ligadas, como em uma sonata. Há uma lógica por trás, é complexo. E A Love Supreme [de John Coltrane]. Foi quando descobri que era possível sofrer ouvindo música.

Quando vocês gravaram "Lisztomania" já sabiam que seria um sucesso?

Não. Passamos um ano em estúdio antes de termos "Lisztomania". Não estávamos chegando a lugar algum, o índice de frustração era altíssimo. Finalmente, a música surgiu e nos sentimos vivos de novo. Foi a primeira música boa o bastante para garantir lugar no álbum.

Boa parte dos seus versos é além da compreensão.

[Risos] É, totalmente. Meu plano é deletar as pequenas palavras que ajudam a letra a fazer sentido. Meus livros favoritos, as coisas que me inspiram, são as que fazem menos sentido. Meio como Bob Dylan: gosto dele em algum lugar entre [o disco] Blonde on Blonde e [o livro] Tarantula.

Sua tendência é repetir palavras curtas e frases diversas vezes. Por quê?

Pode parecer pretensioso, mas quando Miles Davis entrava no clima, achava uma nota que funcionava e ficava nela. Quando canto uma palavra de que gosto, uma vez que acho esse ponto especial, fico por ali e repito.

Falando de repetição, você veste a mesma camiseta em todos os shows?

É o mesmo modelo - mas tenho várias iguais. Elas são impressionantemente resistentes. Uma senhora muito especial - ela trabalha em uma loja francesa muito chique - que as faz para mim.

Quantas você tem?

Não chego aos três dígitos, mas quase.