TITI FREAK já transitou pelo universo dos quadrinhos, pelo mercado editorial e pela publicidade. Dono de um estilo inconfundível e inovador, hoje ele é um dos grafiteiros mais conhecidos dentro e fora do Brasil
D e ascendência japonesa, Hamilton Yokota nasceu em 1974 e cresceu no bairro da Liberdade, em São Paulo. Figura das mais paulistanas, ele frequentou as Grandes Galerias e conviveu com as mais diversas tribos. E se poucos hoje conhecem o Hamilton, todo o universo da arte urbana sabe quem é o Titi Freak.
Ainda adolescente, Titi trabalhou como ilustrador no estúdio de Mauricio de Sousa. Depois se aventurou por outras áreas, mas foi no grafite que ele ganhou reputação. “Fiz meu primeiro grafite em 1996”, ele recorda. “Desde 1994 eu já observava as ruas e seus códigos. Assim, a pichação me chamou atenção.” Era um tempo mais romântico do grafite, Titi conta (“Naquela época não existia a internet, as informações e referências eram difíceis de serem obtidas”), mas havia também um considerável fator de risco em ser grafiteiro. “Tinha gente armada, corríamos da polícia”, diz. “Havia toda aquela discriminação. Mas era uma época muito mais real em termos do que a gente imagina que era o verdadeiro grafite de rua.”
Titi também exibia versatilidade em outras áreas – em 1997, começou a fazer ilustrações para revistas de moda e de comportamento jovem. “Trabalhei com criação para a MTV. Desenhei capas de CD, fiz animações para propaganda, catálogos de moda”, relembra. “Aprendi muito até começar a expor como artista.” Em 2005, fez a primeira exposição individual, em uma galeria de São Paulo. Já em 2007, fez mostras em Nova York e no Japão. “Não conhecia nada desse mercado de arte. Aprendi a lidar com isso com os convites que recebia”, diz. “Só percebi meu reconhecimento quando me chamaram para exposições em locais de grande importância, como o Instituto Tomie Ohtake e o Masp.”
Hoje, quase duas décadas após a primeira obra em um muro, Titi Freak admite que sua maior satisfação é o fato de a arte de rua enfim ter ganho reconhecimento. “O grafite já faz parte da história da arte contemporânea”, conclui.
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