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Trabalho Lapidado

Lucas Brêda Publicado em 13/05/2015, às 12h25 - Atualizado em 04/08/2015, às 18h45

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Rodrigo Fischmann, Felipe Kautz e Diogo Brochmann formam o Dingo Bells - Divulgação
Rodrigo Fischmann, Felipe Kautz e Diogo Brochmann formam o Dingo Bells - Divulgação

Em janeiro de 2014, Rodrigo Fischmann (voz e bateria), Diogo Brochmann (guitarra e teclado) e Felipe Kautz (baixo) fizeram diversas visitas a um sítio em Viamão, na região de Porto Alegre. Foi lá que, junto ao produtor Marcelo Fruet, o trio que forma o Dingo Bells poliu canções que datam de até pouco mais de dez anos atrás – tempo de existência da banda. Apenas em abril deste ano elas deram origem ao disco de estreia deles, Maravilhas da Vida Moderna. “Não tinha motivo para apressar”, afirma Fischmann. “Depois de uma década, um mês a mais ou a menos não faria tanta diferença.”

Nos últimos anos, os gaúchos lançaram um EP autointitulado (2010) e um single em parceria com o líder do Vanguart, Helio Flanders (“Lobo do Mar”, de 2013), além de terem tocado no Japão e feito um show de abertura para Ringo Starr, em Porto Alegre. “Acho que todo esse detalhismo acabou resultando em algo próprio”, justifica Kautz. “Muitas vezes temos dificuldade de responder: ‘Pô, mas o som de vocês é como’?”

Permeado por um pop sensível, o álbum de estreia do Dingo Bells une a leveza das harmonias – com vocais simultâneos e melodias que remetem a Crosby, Stills, Nash & Young e Beach Boys – aos questionamentos existenciais das letras. Entre as guitarras de faixas como “Funcionário do Mês” e os sopros de “Fugiu do Dia”, Maravilhas da Vida Moderna traz canções singelas e bucólicas, como “Anéis de Saturno”, registrada em fita no sítio de Viamão. “Tem até o som dos grilos lá no fundo!”, orgulha-se Kautz. “Tudo se encaixou sob esse ‘telhado’”, teoriza Fischmann, citando o conceito que ultrapassa os versos e vai do título à arte do disco. Kautz emenda: “Falamos sobre como vemos as pessoas levando a vida delas – e isso nos inclui. Então, [as faixas] têm muito mais um quê de reflexão mesmo. Procuramos fazer do álbum uma ilustração do tempo em que vivemos.”