Little Joy junta Amarante, do Los Hermanos, e Moretti, do The Strokes
Sai o sol do rio de janeiro, entra o de Los Angeles. Ao lado do também carioca Fabrizio Moretti (baterista do The Strokes) e da norte-americana Binki Shapiro, Rodrigo Amarante coloca no mercado seu primeiro projeto pós-Los Hermanos: o Little Joy. "É a minha banda agora, prioridade total até o Fabrizio voltar para os Strokes em fevereiro", explica o músico. "Se pode crescer ou não, quem vai saber? Eu não faço idéia. Nada do que eu faço é pensando se vai ser grande ou pequeno. Faço o melhor que puder e depois vejo no que dá, não é meu papel fazer previsão."
O disco de estréia do trio, homônimo, saiu pelo selo indie Rough Trade Records - que já teve em seu catálogo Belle & Sebastian, Strokes, Arcade Fire - no começo do mês. A parceria começou quando Amarante participava de Smokey Rolls Down Thunder Canyon, disco do venezuelano Devendra Banhart. "A gente começou a fazer música junto, sem compromisso", relembra Amarante. "Quando eu estava em Los Angeles gravando o Smokey, encontrei o Fabrizio e a gente escreveu uma música junto. Nessa época, conheci a Binki e a gente também escreveu junto. Aí, quando eu voltei [para os Estados Unidos], nós três fomos morar juntos, fazendo música o dia todo e gravando demos." As sessões descontraídas deram resultado. "Quando a gente viu, tinha repertório para um disco e resolvemos gravar direito." O nome do projeto foi inspirado por um bar que ficava próximo à casa dos músicos. "Um boteco tipo americano, fechado, com sinuca e música boa", explica. "A gente roubou o nome de tanto ir lá. Achamos que combinava com a atmosfera relaxada da Califórnia e do disco." A maior parte das letras é em inglês, e todas foram compostas coletivamente. "Eu estava escrevendo com americanos, então não fazia sentido ser tudo em português", define Amarante. "Mas no disco tem uma em português e outra com uma parte em português cantada pela Binki e pelo Fabrizio. É claro que para mim é mais difícil escrever em inglês, mas já falo inglês há alguns anos e todas as letras foram pelo menos compartilhadas por todos, então eles consertavam minhas gafes. E eu as deles!"
Você lê esta matéria na íntegra na edição 26, novembro/2008