Avalanche Tropical reúne mistura musical e artistas plurais em prol da diversão
“ Uma putaria musical.” Tal definição da Avalanche Tropical vem de Rodrigo Gorky (do Bonde do Rolê), do DJ e empresário Dago Donato, de Marcelo Pata (do grupo Holger) e do especialista em mash-ups André Paste. E também partilham da mesma opinião os demais integrantes (acrescente aqui o resto do Holger e do Bonde, além da “tecnobreguista” Banda Uó e da dupla de DJs Drunk Disco) deste que não é um supergrupo, nem um coletivo – “Somos uma turma que se juntou”, explica Donato. Ele e Gorky idealizaram a formação da “gang”, inspirados pelo selo norte-americano Mad Decent (pertencente ao produtor Diplo) e pelo coletivo argentino Zizek, que contribuem para a divulgação de novos artistas e gêneros musicais.
“Não há DJs que toquem, por exemplo, Luiz Caldas dentro de um contexto em que ele não soe tosco”, diz Gorky. Donato complementa: “Fazer uma festa e ver a galera descendo até o chão. As pessoas ficam mais preocupadas hoje em pedir a última do Strokes para o DJ do que se divertir”. Não estranhe, portanto, se você for a uma festa promovida pela Avalanche e presenciar nos sets uma mistura de música popular nacional (do tecnobrega ao axé) com elementos latinos e outros ingredientes batidos no liquidificador. “É ver que aquele Claudinho e Buchecha ainda mexe com você”, brinca Pata. Trata-se de uma grande pluralidade, sem preconceito ou ironia. “Todo mundo usa o que gosta. Eu, Drunk Disco e o André exploramos mais o lado do ghettotech, do world music 2.0, e está tudo dentro”, conta Donato. “É a questão de saber respeitar tudo”, acrescenta Paste.
Todos os artistas envolvidos têm estabelecido parcerias entre si. Gorky está produzindo as músicas da Banda Uó e de André Paste, Dago Donato empresaria o Holger (que também lançará álbum em breve) e por aí vai. “Se o Bonde lançar alguma coisa [a banda, aliás, já está com álbum pronto que deverá sair em 2012], o Drunk Disco poderá fazer um remix”, diz Gorky. “Não é supergrupo, não é coletivo, é uma puta panelinha! [risos] Mas é uma panelinha de amigos e não fechamos as portas para ninguém.”