Autobiografia de Erasmo Carlos será adaptada para a telona
Em 2015, a Jovem Guarda completará 50 anos. Então, o diretor Lui Farias achou 2014 um momento apropriado, pré-comemorações, para contar a história de Erasmo Carlos, um dos expoentes do movimento. Ou, como gosta de ressaltar o cineasta (e o músico), “um terço desse movimento”, já que teoricamente a Jovem Guarda é composta pelos três que fizeram o programa de mesmo nome: Erasmo, Roberto Carlos e Wanderléa.
O filme, ainda sem nome, tem base na autobiografia Minha Fama de Mau e vai retratar o período entre o início da Jovem Guarda até pouco depois de seu fim. “É o Erasmo dos 18 aos 32 anos, mais ou menos”, conta Farias, evidenciando a dificuldade de encontrar um ator que seja parecido com ele e também caiba nessa faixa de idade.
O diretor e o cantor se conhecem desde quando o primeiro era criança e o pai dele, Roberto Farias, dirigia filmes do Roberto Carlos. Uma longa história de encontros se teceu até que o Farias mais novo pediu para entrar na fila, caso o cantor um dia quisesse contar a vida em um filme. Erasmo concedeu: “É seu”. Isso foi cinco anos atrás. Em 2012, os dois foram se encontrando regularmente para fazer os tratamentos do roteiro. “A participação dele é fundamental, ele é quem esclarece pontos da história. Muitos dos acontecimentos não estão nem registrados no livro”, conta. Agora, o diretor se esforça para que a participação de Erasmo continue no set. “Eu adoraria e já insisti muito, mas ainda não consegui. Mas já obtive algo muito importante que é a voz dele narrando”, conta. As negociações ainda tentam trazer Roberto e Wanderléa a bordo.
O alto grau de participação do retratado, contudo, respeita as barreiras do autoral, garante o diretor. “O Erasmo, como todo artista, sabe muito bem a importância da independência. Não existe conforto se você tiver que prestar contas. Toda vez que ele comenta o roteiro, faz a ressalva: ‘Bom, eu não sou de cinema, não entendo’.”