O coletivo Odd Future lidera uma violenta revolução no hip-hop norte-americano
Este grupo de Los Angeles tem os garotos mais talentosos do hip-hop - e os mais dementes. "Ah, porra! Por pouco não matamos alguém", diz Tyler, the Creator, rindo. O rapper está ligando de um carro em Austin, onde o coletivo (composto de 11 membros) Odd Future Wolf Gang Kill Them All tomou o South by Southwest de assalto - colocando um anão com uma máscara de esqui no palco em um dos shows, inclusive. Tyler é a epítome da estética alucinada do grupo: suas rimas são borrões estonteantes de violência, piadas e banhos de sangue emocionais. Ou, como ele mesmo coloca: "Sou um chorão do caralho, e por alguma razão as pessoas gostam de me ouvir".
Desde 2008, o Odd Future - cuja lista de membros, alguns adolescentes e outros na casa dos 20, também inclui o talentoso cantor de R&B avant-gard Frank Ocean e o afiado virtuoso das rimas Earl Sweatshirt (que, dizem, foi mandado para um colégio interno assim que sua mãe soube de sua música) - lançou de maneira independente montes de faixas online de graça. O mote do grupo é que eles são punk rappers, da produção enxuta às roupas que vestem. Mas há uma noção legítima no uso que eles fazem do choque como gerador de publicidade. Eles adoram propagar slogans como "mate pessoas, queime alguma merda, foda-se a escola". "Tudo isso é só um truque", diz Tyler. E está funcionando. A simpatia de estrelas como Mos Def e Kanye West pelo grupo ajudou a transformar os rapazes de coadjuvantes cult a fenômeno em ascensão (Beyoncé gravou com Ocean recentemente).
Em Austin, Tyler - cujo álbum solo Goblin deve sair este ano pela gravadora indie XL Recordings - chega a seu destino. "Bom falar com você", ele diz. "Você é incrível. Vai se foder." Então desliga e escreve um tweet sobre como a entrevista foi idiota.