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Uma Alma Jovem

Alabama Shakes se apoia no soul, influenciado por Aretha Franklin, Janis Joplin e Otis Redding

David Peisner/ Tradução: J.M. Trevisan Publicado em 13/04/2012, às 15h25 - Atualizado em 16/04/2012, às 11h07

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<b>CLÁSSICO E REVOLTADO</b> O Alabama Shakes tem raízes no soul e no punk - AUTUMN DE WILDE/DIVULGAÇÃO
<b>CLÁSSICO E REVOLTADO</b> O Alabama Shakes tem raízes no soul e no punk - AUTUMN DE WILDE/DIVULGAÇÃO

Na sala de estar da pequena casa que o guitarrista do Alabama Shakes, Heath Fogg, e o baixista da banda, Zac Cockrell chamam de lar, em Madison (Alabama), a vocalista Brittany Howard senta-se e começa a dedilhar um violão. As tempestades matinais derrubaram a energia elétrica desta área nada glamourosa do país. No sentido oeste, a estrada atravessa Athens – a cidadezinha onde Howard, Fogg, Cockrell e o baterista Steve Johnson cresceram –, depois vem Muscle Shoals, onde Otis Redding, Aretha Franklin e Lynyrd Skynyrd gravaram álbuns clássicos.

Nas quatro faixas do EP de estreia, o Alabama Shakes bebe da fonte do rock e do soul sulista carregado de uma paixão que atraiu a atenção de admiradores do calibre de Adele, David Byrne e Booker T. Jones. Mas, para Brittany, a distância entre Athens e Shoals levou um bom tempo para ser percorrida.

“Minha primeira banda, quando eu tinha 13 anos, era de punk rock”, ela conta, agora com 23, cujos amigos eram mais fãs de Usher e TLC. “Eu era sempre tachada como a esquisita.” Ela começou a compor aos 4 anos, em parceria com a irmã mais velha, que morreu vítima de um tumor no cérebro, em 1998. “Depois que ela faleceu, fiquei sem ninguém para escrever comigo”, diz. “Mas achei a guitarra dela, comecei a tocar e nunca mais parei.”

Brittany conheceu Cockrell depois de vê-lo nos corredores da escola do ensino médio vestindo uma camiseta do At the Drive-in. A dupla entrou em contato com Johnson na cena punk local (“Eu tinha uma banda punk, ele tinha uma banda punk”, ela explica) e recrutou Fogg de um grupo que fazia covers de classic rock.

Nos palcos, em músicas como a eufórica (e com tons de gospel) “I Found You”, a lenta “You Ain’t Alone” e o ensolarado balanço ao estilo Motown de “Hold On”, Brittany Howard berra como uma Janis Joplin alternativa sobre a robusta e energética base rítmica da banda. Novos fãs são convertidos a cada show – incluindo Patterson Hood, do Drive-by-Truckers, que, impressionado depois de assistir a uma performance do Shakes, convidou-os para abrir uma sequência de apresentações do grupo dele. “Eles foram incríveis”, diz Hood. “Se não estragarem tudo e seguirem por um caminho meio errado, não consigo nem imaginar o quão bons podem se tornar.”