Uma Nova Harmonia

Fleet Foxes retorna com excelente terceiro disco

Jonah Weiner

Publicado em 09/07/2017, às 13h23 - Atualizado às 13h26
<b>Opostos Complementares</b>
Pecknold (<i>à esq.</i>) com o Fleet Foxes
 - Divulgação
<b>Opostos Complementares</b> Pecknold (<i>à esq.</i>) com o Fleet Foxes - Divulgação

Se tem algo que o Fleet Foxes tem provado desde 2008, ano em que lançou seu estelar debute, autointitulado, é que o vocalista Robin Pecknold é um sujeito sempre pronto para sair da zona de conforto. Neste mês, após um intervalo de seis anos, o grupo retorna com seu excelente terceiro disco, Crack-Up.

Pecknold e o guitarrista Skyler Skjelset se internaram em um estúdio na zona rural de Washington para elaborar o trabalho. Uma demo era uma “balada triste”, diz Pecknold. Outra era turbulenta. “Pensei: ‘E se a gente juntar as duas?’ Aí o processo de produzir e editar se transformou em algo muito divertido.” A faixa se tornou “I Am All That I Need/Arroyo Seco/Thumbprint Scar”, que abre o trabalho. Pecknold decidiu, então, que Crack-Up seria cheio de contradições como essa.

A base do conceito vem de um ensaio de 1936 de F. Scott Fitzgerald, no qual ele declara: “O teste para determinar uma inteligência de primeira é a habilidade de conseguir manter ao mesmo tempo na mente duas ideias opostas”. Pecknold seguiu esse mote com letra e música. Fitzgerald também aborda no texto a depressão, algo que capturou o sentimento de Pecknold. “Não posso dizer que sei o que é depressão clínica, mas tenho estado insatisfeito com a vida. Acho que me entristeci de propósito. Creio que tenha sido por causa desse monte de turnê – sobrevivi a isso e depois percebi que foi algo que pesou mais do que eu imaginava.