Colheres de cocaína, letras históricas e outros itens pessoais são os destaques de uma exposição encomendada pelo próprio David Bowie
Desde seu surgimento na cena pop londrina dos anos 1960 até as sessões do último LP, Blackstar – lançado apenas dois dias antes de sua morte em decorrência de um câncer no fígado, em 2016 –, David Bowie fez questão de guardar tudo. Alguns itens eram aparentemente desimportantes, como as chaves do apartamento de Berlim que dividiu com Iggy Pop em 1976. Outros, monumentais, como o sintetizador portátil EMS que Brian Eno usou para ajudar a criar “Heroes”.
Quando Bowie morreu, a coleção continha cerca de 80 mil artefatos. Ele permitiu que uma parte fosse exposta em David Bowie Is, que estreou no Museu Victoria and Albert, em Londres, em 2013. Agora, uma nova mostra acontece no Brooklyn Museum, em Nova York (cidade onde passou os últimos anos), até 15 de julho. “Ele estava pensando na história da vida e visualizando uma retrospectiva no final”, afirma Matthew Yokobosky, principal designer do museu.
Fãs de Bowie ficarão encantados por cada centímetro dos quase 1.500 metros quadrados da exposição, organizada por temas como influências e performances. Os visitantes usam fones de ouvido e a música começa imediatamente quando se entra em ambientes que cobrem as fases Young Americans, de 1975, e Blackstar. “É uma experiência que nunca tive em uma exposição de arte”, conta Yokobosky. Os detalhes deixarão os fãs mais empolgados, como uma minúscula colher para cheirar cocaína que Bowie usou em 1974. Yokobosky diz que ela está lá por um motivo: “Sem cocaína, ele nunca teria feito Station to Station” .