SEYCHELLES vai atrás da faceta lúdica do rock
Formado por músicos que transitam no underground paulistano - o vocalista Gustavo Garde toca com Edgard Scandurra na banda Os Bons Mods e em outros projetos; o guitarrista Fernando Coelho, no Mamma Cadela; o baterista Paulo Chapolin, no Ludov; e o baixista Renato Cortez, no inusitado projeto Amy Winehouse Cover -, o Seychelles surgiu da busca por uma "reconexão" com o rock. E uma tradicional casa noturna da cidade foi crucial nessa formação. "Por volta de 2001, a gente se encontrava muito na FunHouse, até porque não existia esse monte de casas que tem hoje", recorda Coelho. "Rolava show do Thee Butcher's Orchestra, Los Pirata, e eu e o Gustavo começamos a trocar umas idéias. Desses papos, rolou de ele mandar uma letra pra eu fazer algo em cima. O Paulo e o Renato vieram depois e formamos a banda." O resultado foi o álbum Ninfa do Asfalto, lançado em 2005. Com a boa repercussão, a banda logo retornou ao estúdio para continuar a parceria com o recém-lançado Nananenem. Ou melhor, em vários estúdios: "Fomos para um sítio compor e registrar as novas músicas", conta Coelho. "Acordávamos às 5 da manhã e tocávamos até dormir. Saímos de lá e fomos para o [estúdio] Flap gravar as baterias. Depois, a mãe de um amigo nosso, que tem um estúdio bem equipado em casa, foi viajar por uns 15 dias. Chegamos nele e perguntamos: 'Quanto você quer pra gente morar na sua casa?'" Apesar do título sugerir uma ligação com a infância, as letras e o clima do álbum são tanto densos ("Ansiedade e Obsessão") quanto contestadores ("Punk Modinha"). "É algo meio primata, que acabou saindo do inconsciente. Como 'gugu-dadá'", Coelho esclarece o título. "Tem amigos que falam que é um disco 'rococó-construtivista- dadaísta'. Mas procuramos buscar o lado lúdico do rock nele, como o disco A Night at the Opera, do Queen. A nossa capa é até inspirada nele."