O nome insinua remoto parentesco com o engenheiro de som Robert Moog (cuja invenção do sintetizador, em 1944, revolucionou o pop). Porém, a ancestralidade do quinteto de São Leopoldo (RS) é outra. O "Moog" é referência ao escritor gaúcho Clodomir Viana Moog, que escreveu o ensaio polêmico Heróis da Decadência (1939).
A banda existe há dez anos e tinha um EP gravado, Boemia Adolescente Após os 30. Recentemente, lançou o primeiro álbum, homônimo, produzido por Iuri Freiberger e que explora as facetas que mais os atraem: barulho e literatura, com influências de MC5, The Seeds, Black Sabbath, Frank Zappa, Primal Scream, King Crimson, Henry Miller, Oswald de Andrade e García Lorca. O resultado são associações musicais que utilizam o metódo "cut-ups" do movimento dadaísta, como na quase slogan "Vertiplano": "Coca, sweet e iceberg/ quero um jeito sexy de me suicidar/ anjos são suínos mas sabem voar".
A banda diz preferir não se embalar nos rótulos roqueiros e também não se identifica com o termo "rock gaúcho". Criou, então, uma definição para si mesma: a "não-onda", que define grupos que "sempre estiveram por fora", nas palavras do baixista Cezar Emmanuel. "Pode ser que, por milagre, um dia sejamos a 'bola da vez'. Mas não temos a pretensão. Sequer temos um 'uniforme'. Na verdade, é isso que nos dá condições de tocar ao lado das bandas de terninhos mod, de cabelos emo ou com a turma indie." O excruciante barulho de guitarras é a unanimidade única entre os integrantes. "Faz parte daquela coisa: 'Ei, estamos aqui!'", define Cezar. "Também refl ete o caos suburbano que vivemos. As microfonias e os ruídos são o nosso som ambiente."