Sites que transmitem vídeos pela web ou pelo celular transformam usuários em emissoras independentes
Conecte a sua webcam ao computador e saia falando. Essa é a premissa da nova geração da TV online, na web ou no celular, liderada por serviços como Qik, Justin.tv e Kyte.tv. Definitivamente, esses sites não se parecem com o YouTube. Mas também não lembram o Orkut, o Facebook ou o Twitter, apesar de integrarem recursos relacionados às redes sociais. Em uma descrição rápida, dá para definir esses portais como plataformas de distribuição de conteúdo na internet. E, por suas naturezas únicas, podem ajudar a melhorar um pouco a situação das grandes gravadoras, e até de bandas e músicos.
"A pergunta mais difícil de responder é o perfil do usuário", define Michael Seibel, CEO do Justin.tv, que foi fundado em outubro de 2006. "Não é TV, mas um meio de transmitir sua vida na internet." Se no início de suas operações o Justin.tv era uma espécie de "Big Brother pessoal" de seu fundador, Justin Kan, hoje o serviço atende a quem quiser falar ao vivo pela web, seja lá para qual finalidade.
O Kyte.tv funciona nos moldes do Justin.tv ou do Seesmic, com um propósito a mais: tem investimentos de grandes empresas (Terra/Telefônica/Nokia, entre outros) e apoio de gravadoras para levar os conceitos do Big Brother (o da TV, não o do livro de George Orwell) para a internet. Daniel Graf, o CEO do site, comemora o primeiro grande projeto do Kyte.tv, que é o Thisis50.com, site/blog do rapper 50 Cent que se utiliza da plataforma. "50 Cent é o cara que consegue atrair grande tráfego para seu site, e com o Kyte.tv ele transmite seus shows e vídeos exclusivos", conta Graf. "Quando ele saiu em turnê, todo dia postava um vídeo novo."
Como tudo no mundo da Web 2.0, o desafio dos sites de transmissão de vídeos é ampliar a audiência e ganhar dinheiro. "Na internet, quem decide o que é 'hot' é o público", define Seibel. "Temos que criar iniciativas de comércio, no estilo do [site de leilões] eBay, mas em vídeo. Veja quanta grana se gasta com anúncios na TV", ele explica. "Por que não criar um modelo de negócio em que recebemos para transmitir a vida de pessoas pela rede?"
Você lê esta matéria na íntegra na edição 24 da Rolling Stone Brasil, setembro/2008