Nina Becker demorou para lançar seu disco de estreia, mas compensou a espera com dois álbuns
"O disco, como todas as coisas da minha vida que deram certo, não foi planejado. Comecei a gravar e quando vi estava pronto." Nina Becker carrega uma despretensão no discurso que parece não combinar com a expectativa gerada em torno do lançamento de Vermelho e Azul, seus dois discos de estreia.
No fim de 2007, quando estava fechando seu ateliê de costura devido a uma crise crônica de hérnia de disco, Nina rece- beu um convite dos produtores Carlos Eduardo Miranda e Mauricio Tagliari para gravar quatro músicas para seu MySpace nos estúdios da gravadora YB. A experiência se prolongou e, em menos de um ano, a primeira parte, Azul, estava gravada. Era hora de chamar a banda de apoio de Nina, o Do Amor, para o estúdio - até então eles não haviam gravado nada, pois o baixista Ricardo Dias Gomes e o baterista (e namorado de Nina) Marcelo Callado estavam em turnê com Caetano Veloso. Registrada ao vivo, "Madrugada Branca" ficou tão boa que a cantora e os produtores topa- ram fazer hora extra e, em mais quatro dias, surgia Vermelho, o álbum complementar. " Quando entrei na Orquestra não sabia nem segurar um microfone. Não fosse ela, talvez não tivesse coragem de mostrar minhas músicas." Agora confiante, Nina está curiosa para ver a reação dos fãs do grupo ao trabalho solo. "É muito diferente da Orquestra, é tudo tão introspectivo, calminho."