Assim como a temporada de caça aos patos em Wyoming ou Connecticut (ou sei lá onde os patos são caçados), também está encerrada a temporada de premiações do show biz. Só deve reabrir em setembro, quando os mais apressadinhos distribuirão prêmios para os melhores de 2012, ainda que faltem três meses para o fim do ano. Mas a ejaculação precoce do pop não importa, fato é que a temporada ‘deprê-miações’ está fechada e é hora de se perguntar: quem foram os vencedores, afinal? Emicida, Adele, Criolo, Foo Fighters, Unidos da Tijuca e Meryl Streep? Sim e não. Esses levaram, mas não ganharam.
Do Carnaval paulistano, daqui a 50 anos, você se lembrará da Mocidade homenageando o Jorge Amado ou do mal amado pilantra que pulou a cerca para rasgar as notas durante a apuração? E do Grammy?
Vai lembrar dos trocentos troféus da Adele ou do vestido da Nick Minaj? Até agora duvido que a inspiração da fantasia tenha sido uma freira, para mim foi aquele antológico personagem do He-Man, o Gorpo.
Encerrada a temporada das estatuetas, só posso concluir que os verdadeiros vencedores são... (eu não perderia a chance de um suspense entre parênteses) as subcelebridades! Entenda: enquanto estrelas de primeiro escalão são tediosamente previsíveis e cheias de “não me toques”, as do segundo time só faltam implorar para serem tocadas, se submetendo a qualquer coisa para aparecer, nos proporcionando assim a mais genuína diversão.
A perna direita da Angelina Jolie é o escambau! Legal no Oscar foi a “expulsão” do Sacha Baron Cohen. Deveriam aproveitar o embalo para expulsar o Rubens Ewald Filho. Já pensou se Gil Brother, o Away, assumisse os comentários da transmissão? Por falar em “sem-noçãozice”, temos o único “Dóctor” Rey. O cirurgião plástico mais bagaceiro da televisão praticou o que podemos chamar de humor involuntário durante o Carnaval da Rede TV. Ele olhava os dentes de subgostosas como se elas fossem cavalos dados enquanto perguntava co m sotaque caricato qual seria o lugar certo para “enfiar” as próteses que puxava grosseiramente dos bolsos. Mas lindo mesmo foi quando ele disse para uma das infelizes o seguinte: “O seu colar é igual ao meu? Porque o meu [desatarraxando o pingente] é para levar drogas, galera!”
As subcelebridades têm mais potencial. Mas, para acontecerem, têm de desistir do sonho do primeiro escalão e assumir o que realmente são. Quando isso acontecer, a elite do show biz já era. Se Karl Marx reencarnasse no Nelson Rubens, diria: “Subcelebridades do mundo, uni-vos, ok-ok?”