Adorado pela crítica e desconhecido do público, Cascadura debuta com festa em casa
O Cascadura é um caso bizarro no rock nacional. Celebrado por jornalistas e artistas, o quarteto baiano é quase um anônimo entre o grande público. Em 2007, o grupo fundado em Salvador comemora 15 anos de estrada olhando para o futuro. "Estamos passando por um momento muito bom, de agenda cheia, cheios de expectativas", conta Fábio Cascadura, vocalista, compositor, guitarrista e o único remanescente da primeira formação do grupo. "Acho que é um feito que não imaginei conquistar quando tudo começou. Principalmente se levarmos em consideração os perrengues que tivemos que enfrentar", conta.
Quatro álbuns percorrem os 15 anos de história: Dr. Cascadura #1 (1995), Entre! (1999), Vivendo em Grande Estilo (2003) e Bogary (2006). No início, a banda fazia um rock influenciado pela sonoridade e pelo estilo visual dos anos 70, com calças boca-de- sino, botas e camisas desabotoadas. Em 2003, ocorreram as principais mudanças, tanto na parte sonora como na própria vida dos integrantes. Deixaram de ser o Dr. Cascadura, vieram para São Paulo para tentar fazer sua música ecoar e deram indícios de que a influência dos anos 70 ficava pra trás. Em Bogary, essa inspiração é abandonada, dando espaço a letras confessionais e um instrumental pesado, cru e atual.
"Buscamos falar de coisas que nos são verdadeiras. Digo que nossas pequenas misérias são as alavancas das grandes alegrias", explica o vocalista, que comenta sobre o fato de a banda ser elogiada pela crítica, mas pouco conhecida pelo público: "Não ligo de não ser celebridade. Me incomodaria ser medíocre, e isso sei que não somos".
Para comemorar o aniversário, Fábio, Thiago Trad (bateria), Tiago Aziz (baixo) e Candido Sotto (guitarra) arquitetam um show que chamam de Grande Festa. "Será realizada em Salvador no segundo semestre. Vai ter exposição de fotos, reportagens, figurinos e um show com participação de grandes amigos. Nando Reis e Lobão já confirmaram presença", comemora.