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A Vitória do Nerd

Fã de cultura pop, o escritor John Green acabou se tornando um ícone desse universo

Carol Nogueira Publicado em 15/06/2015, às 18h38 - Atualizado às 18h44

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Wolff e Cara em cena de Cidades de Papel. (No detalhe) John Green, o autor. - Divulgação
Wolff e Cara em cena de Cidades de Papel. (No detalhe) John Green, o autor. - Divulgação

A vida do escritor norte-americano John Green mudou radicalmente em janeiro de 2012. Foi quando ele, então com 35 anos, lançou o best-seller A Culpa É das Estrelas. No ano passado, o livro ganhou uma adaptação cinematográfica estrelada por Shailene Woodley e Ansel Elgort e arrecadou mais de US$ 300 milhões. O enorme sucesso de livro e filme abriram as portas para que as obras mais antigas de Green também chegassem às telonas. É o caso de Cidades de Papel (2008), previsto para julho.

Longe de ser tão melancólico quanto A Culpa... – sobre um casal de adolescentes que têm câncer em estágio terminal –, Cidades de Papel conta a história de Quentin, um garoto apaixonado pela vizinha, Margo. Um dia, Margo pula a janela de Q (como ele é conhecido) e o convida para um passeio misterioso. Os dois se divertem a noite toda pregando peças nos amigos. Porém, na manhã seguinte, ele descobre que Margo sumiu.

O suspense dá origem a uma jornada não apenas para encontrar Margo. Quentin passa a buscar respostas para questões ligadas à própria coragem, relacionamentos e por aí vai. No fim, são metáforas para o amadurecimento e a delicada transição da juventude para a idade adulta.

No filme, Q é interpretado por Nat Wol , que também atuou em A Culpa... (como o amigo cego do protagonista Gus). Margo, por sua vez, é vivida pela modelo Cara Delevingne, novata no cinema. “Eu nunca tinha ouvido falar nela. Sou péssimo com celebridades. Às vezes, vou a eventos e não sei quem é quem”, admite Green. A confissão torna ainda mais curiosa a afirmação que vem a seguir: a de que é obcecado por Kim Kardashian. “Sigo todos os passos dela, acho fascinante. Não apenas por ela ser um fenômeno cultural mas também por ser casada com Kanye West, que é um gênio”, opina o autor, cuja banda favorita é o grupo de indie folk Mountain Goats, da Califórnia. “Adoro as letras, as melodias, tudo. Se eu tivesse de escolher apenas uma banda para ouvir eternamente, seria essa.”

Com o sucesso, o escritor acabou popular também na internet, onde se aventura pelo YouTube. Desde 2007, ele mantém ao lado do irmão, Hank Green, o canal VlogBrothers. Nele, os dois falam sobre a própria vida, cultura pop e nerdices afins.

Com obras que tratam com naturalidade sobre sexo e drogas no universo adolescente, o autor já sofreu muitas críticas. Mas garante que, apesar de os livros falarem sobre jovens, não são lidos somente por eles. “Acho que trato de temas comuns, com os quais todos se identificam. São emoções humanas. Todo mundo já se apaixonou e quebrou a cara. Ou passou por situações difíceis ou ficou sem saber como agir em determinado momento. A diferença é que quando você é jovem, tudo é novo, então parece mais intenso.”