Vivo e Móvel

Metá Metá une influência marroquina e agressividade dos shows no terceiro álbum da carreira

Lucas Brêda

Publicado em 13/05/2016, às 20h46 - Atualizado em 31/10/2016, às 19h26
Juçara, França e Dinucci levaram três dias para gravar o novo álbum - Reprodução
Juçara, França e Dinucci levaram três dias para gravar o novo álbum - Reprodução

Três dias foi o tempo que o Metá Metá gastou em estúdio para gravar o terceiro álbum da carreira, provisoriamente batizado de MM3 e previsto para sair entre maio e junho. “Fazemos assim desde o primeiro disco”, explica o guitarrista e líder do trio, Kiko Dinucci. “Nossa desculpa era gastar menos dinheiro, mas desta vez tivemos à disposição o [estúdio] Red Bull, em São Paulo, e até daria para ficar mais tempo. A ideia, contudo, era deixar a banda afiada e resolver tudo rápido, ao vivo, com dois ou três takes. É uma questão de desapego: não temos a pretensão de fazer um disco perfeito, de estar com tudo certo.”

O novo trabalho do Metá Metá é resultado direto do caminho do grupo até aqui. A formação é praticamente de uma seleção – Dinucci, por exemplo, trabalhou no último disco de Elza Soares, a vocalista Juçara Marçal lançou há dois anos o aclamado Encarnado e Thiago França é um dos mais renomados nomes do sopro na capital paulista. O trio forjou uma identidade intimamente ligada aos palcos, a partir do segundo álbum, MetaL MetaL (2012). “Nos shows, passamos a mudar muito as músicas, deixando-as mais fortes, elásticas, improvisadas, e a essa altura ganhamos um espírito de liberdade e de agressividade do ao vivo ao qual fomos fiéis nesse disco”, afirma Dinucci.

Além de soltas e “jazzísticas”, as novas canções tiveram mais influência de Juçara e França na composição – há também uma participação de Siba e uma parceria de Rodrigo Campos com Dinucci – e foram “contaminadas” por uma visita da banda ao Marrocos. “Tivemos uma experiência interessante de tocar lá na rua, conhecer outros músicos”, comenta o guitarrista, que diz ter começado a “brincar com as escalas árabes”. “O som está mais sombrio, misturado. Tem influência do deserto, mas ao mesmo tempo está caótico, paulistano. O Metá Metá não é uma banda solar, de vestir uma camisa floral, beber caipirinha e ficar curtindo. O Metá Metá é de se jogar no show, de pular, de dançar candomblé.”

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