Artistas latinos se unem para louvar as músicas dos Mutantes em disco-tributo
Pouco antes da volta dos Mutantes, o músico gaúcho Arthur de Faria conversava com o amigo Sandro Bello, da Allegro Discos, sobre a influência da banda dos irmãos Dias e Rita Lee nos músicos da América Latina. À época organizando o tributo a Odair José, Bello teve a ideia de fazer a mesma coisa com os Mutantes, mas com abrangência internacional. Para ajudar na curadoria e no contato com as bandas, uniu-se ao projeto o editor da Rolling Stone argentina, Humphrey Inzillo. Mais de quatro anos depois, o disco El Justiciero Cha Cha Cha finalmente será lançado.
O disco tem participações do mexicano Café Tacuba, do argentino Fito Paez e de bandas menores, como La Manzana Cromática Protoplasmática (também hermana). Todos, porém, com algum tipo de relação com a banda brasileira. "Os artistas que convidamos conheciam e admiravam os Mutantes, o que foi até uma surpresa", explica Faria. "Alguns tinham a discografia completa. A banda pode não ter muito público nesses países - nunca tocou na Argentina, por exemplo - mas há um culto." Do Brasil há apenas participações especiais de Arnaldo Antunes (com a cantora Liliana Herrero) e de Sérgio Dias (com o Aterciopelados). Outra aparição mutante no disco é a de Arnaldo Baptista, que cedeu algumas de suas pinturas para servirem de inspiração para a parte gráfica. Solucionados os problemas com direitos autorais, o disco já foi lançado na Argentina e no Uruguai e deve chegar ao mercado brasileiro em breve, em uma parceria da Allegro com a Monstro Discos.