Volta Afiada

Depois de 24 anos, Língua de Trapo solta disco de inéditas

Paulo Cavalcanti

Publicado em 13/05/2016, às 20h54 - Atualizado às 20h57
Sarrumor (o segundo da esq. para a dir., no alto) volta a gravar com o Língua - Divulgação
Sarrumor (o segundo da esq. para a dir., no alto) volta a gravar com o Língua - Divulgação

O Língua de Trapo foi um dos principais expoentes da chamada Vanguarda Paulista, movimento da década de 1980 que juntava bom humor e ecletismo musical. Sempre dispondo de afiadas sátiras nas composições, o Língua se manteve constantemente na estrada. Porém, há 24 anos a trupe não soltava um disco de estúdio, jejum quebrado com o recente O Último CD da Terra.

Com o trabalho, a banda liderada pelo vocalista e compositor Laert Sarrumor quer recuperar o tempo perdido. “Tínhamos pensado no esquema de crowdfunding, mas aí o pessoal da gravadora Genesis veio com uma proposta que achamos atraente”, ele revela. “O próximo passo foi chamar nosso time de compositores. Colocamos na mesa tudo o que tínhamos. Algumas canções eram mais antigas, tiramos a poeira. Outras foram escritas especialmente para o álbum.”

O Último CD da Terra e o novo show têm a participação dos fundadores e compositores Carlos Melo, Guca Domenico e Ayrton Mugnaini Jr. Dentre os destaques estão “Os Infernautas”, um fado que vira rap, no qual eles ridicularizam os viciados em celular e redes sociais; o canto gregoriano “Hino dos Desempregados”, que nem precisa de explicação; e “Rick Wakeman Nunca Mais”, uma gozação com o rock progressivo. Desta vez, a banda resolveu ficar longe da sátira política explícita de outrora. “Naquela época, era tudo muito diferente, ainda havia esperança de mudança”, define Sarrumor.

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