Whoopi Goldberg inspirava respeito ao se rebelar contra o lugar-comum nas telas
A atriz, apresentadora e comediante Whoopi Goldberg ainda é presença forte no showbusiness norte-americano. Ela segue como moderadora do talk show The View e este ano participou de esquetes no Oscar, tirando sarro justamente da falta de indicados negros à estatueta. Whoopi se
consagrou de maneira definitiva no ano de 1990, quando ganhou da Academia o prêmio de Melhor Atriz Coadjuvante pelo trabalho em Ghost: Do Outro Lado da Vida. Antes disso, em 1986, ela havia sido indicada ao prêmio de Melhor Atriz pelo papel da sofrida Celie em A Cor Púrpura, dirigido por Steven Spielberg. Foi nessa época que estampou a capa da Rolling Stone.
A entrevista feita por Steve Erickson foi conduzida na casa da artista, em São Francisco, onde ela morava com a filha de 11 anos. Nascida em Nova York em 1955, com o nome Caryn Elaine Johnson, Whoopi teve uma infância traumática – não conheceu o pai e foi criada por uma mãe adotiva. A reinven- ção se deu na carreira de atriz e de comediante stand-up. “Ela é direta, mais séria do que engraçada. Não é afetada e não mostra amargura”,
Erickson escreveu. Na conversa, Whoopi discorreu sobre militância e sobre o papel da mulher negra em Hollywood. Uma das preocupações dela era
não cair somente em papéis estereotipados: “Vou aos estúdios e falo [aos executivos]: ‘Que tal fazermos isso?’ Se eu não agir assim, vou ficar a vida inteira interpretando prostitutas, mãezonas e mulheres que sofreram abuso”.