Por Cláudia Boëchat
No seu 50º CD, Bethânia se revela uma verdadeira “fera ferida”, brava mesmo. Ouça a canção “Carta de Amor”, onde o texto é dela (há uma sutil participação de Paulo Cesar Pinheiro na composição). Bethânia invoca um sem número de “entidades espirituais” na sua proteção e destila uma espécie de “praga”. Eu adorei.
“Faço cobra morder o rabo, escorpião virar pirilampo”, diz ela. “Você está tão mirrado que nem o diabo te ambiciona. Não tem alma. Você é o oco, do oco, do oco, do sem fim do mundo”, espezinha. “Eu posso engolir você, só pra cuspir depois”, vomita. Vai... mexe com ela pra ver...
Em “Calmaria” (Jota Velloso), a “fera” mostra sua “ferida” usando o poema “Não Sei Quantas Almas Tenho”, de Fernando Pessoa. Às vezes, seu mundo desaba:
E pra não dizer que Bethânia não falou de amor, duas canções lindas:
“Vive” (Djavan), feita para ela:
“Casablanca” (Roque Ferreira):
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