Banda lançou o disco de estreia, Chanti, Charango?, no fim do ano passado
por Lucas Brêda
“Foi meio escondido, sim”, assume o vocalista Conde Baltazar sobre o lançamento do disco de estreia do Trombone de Frutas, Chanti, Charango? (2014). Viabilizado por financiamento coletivo, o curto álbum (cinco faixas, 29 minutos) teve alcance restringido à terra natal do grupo (Paraná) e, agora, eles se esforçam para levar a sonoridade plural e irreverente a um maior número de pessoas. Conheça – com exclusividade no Sobe o Som – dois vídeos da banda tocando ao vivo.
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“Tem uma história aí – meio que um mito – de que nossos avós se encontraram, por volta de 1750, em uma fábrica de telha, para fazer um pacto de que os netos teriam uma banda”, conta Baltazar, falando sobre a formação do Trombone de Frutas, que começou a tocar junto “há três ou quatro anos”, fazendo trilhas para teatro. “Essas coisas que o pessoal fazia para juntar os filhos. Surgimos de uma história assim, também – reza a lenda.”
Segundo Baltazar – figura conhecida do teatro curitibano –, a banda evoluiu de “um hippie acústico que fazíamos nas festas” para um som onde “está tudo bem no seu lugar”. O nome, à propósito, também surgiu de uma dessas festas. “Saímos para comprar bebida e, quando voltamos, tinha um trombone na frente de casa”, narra. “Quando abrimos a porta, a casa estava cheia de frutas.”
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Todo o misticismo prosaico das histórias de Baltazar ganha vida nas músicas do Trombone. Com arranjos plurais e sonoridades espaciais, as faixas de Chanti, Charango? trazem devaneios e viagens pouco prováveis (que podem levar a um arranjo de “I Want You (She's So Heavy)”, dos Beatles, como em “Umbrais”) com letras e temáticas irreverentes. Assim é “Brastempp”, faixa mais simples e grudenta da banda, que flerta com o R&B e traz versos em espanhol e inglês.
Assista a “Brastempp” ao vivo no Teatro Paiol (Curitiba) abaixo
“‘3 Imagens’ já tem outro rebuscamento, outro arranjo”, diz o vocalista sobre a faixa inédita do grupo, que deve estar no próximo disco. “Estamos levantando [a faixa] para o segundo álbum. Fizemos uma viagem para Florianópolis, em uma praia, e montamos uma pré-produção para este disco, uns 70% a 80% das canções. Estamos no fôlego e na vontade de gravar este ano ainda”. Sobre a “pressa” para lançar o próximo trabalho, ele afirma: “Temos muitas músicas, bastante repertório na mão. Talvez não seja no timing do mundo, mas já estamos loucos para gravar esse segundo álbum.”
Conheça a inédita “3 Imagens” abaixo