Mãos e mouse ao alto: tudo o que você baixar poderá ser usado contra você. Se você mal lembra a última vez que entrou em uma loja de discos (uma época longínqua em que Britney Spears ainda não havia perdido a cabeça, tampouco fio de cabelo sobre ela), melhor tomar cuidado na hora de planejar aquelas férias nos Estados Unidos.
Países como França e Reino Unido já andavam saidinhos nas leis antipirataria. Pelo visto, o país de Barack Obama também quer pôr os fissurados em download na prancheta e transformá-los em comida de tubarão. A ameaça anunciada na última quinta, 27, foi ecoada pela CNN: Janet Napolitano, secretária do Departamento de Segurança Nacional do país, mandou avisar que, a partir de agora, as alfândegas terão "novas direções" para vasculhar bagagens, à caça de mídia eletrônica ilegal.
"Manter os americanos a salvo num mundo cada vez mais digital depende da nossa habilidade em, legalmente, enquadrar materiais que entram nos Estados Unidos", explicou dona Napolitano. As tais "novas direções" teriam a ver com achar o ponto certo entre "respeitar (...) a privacidade de todos os viajantes" e, ao mesmo tempo, "garantir que o departamento possa tomar ações necessárias para proteger nossas fronteiras".
Sentiu-se com um chapelão mexicano sob o porrete do Tio Sam? A história vai mais ou menos por aí: se o estrangeiro chegar ao país com iPod, pode dançar - ao som de algo bem mais soturno do que as músicas baixadas no aparelhinho mágico da Apple.
O governo de Barack Obama promete: a intenção inicial não é tratar como ogiva nuclear um capítulo de Lost baixado antes da hora. A artilharia pesada vai contra tópicos mais pesados, como pornografia infantil e planos terroristas (se você avistar alguém com jeito de figurante de Aladdin escutando iPod, corra na direção oposta). Só que Napolitano não deixa de fora um dos vilões de seu departamento (de Segurança Nacional, não se esqueçam), abordados pela nova política: "Infração de direitos autorais".