Encontro com Geoff Emerick, engenheiro de som dos Beatles, conversas inusitadas com motoristas da Uber e protestos contra Trump: A viagem teve de tudo
Dia 1 – Nova York
O começo de qualquer viagem. Aquela primeira energia externa que a jornada assopra na nossa vida comum e que comunica que a partir dali iniciou-se uma nova ordem, que as coisas podem não ser como sempre são – ao menos temporariamente. Nós recebemos essa primeira energia de uma maneira curiosa e, como manda o figurino, inesperada. Estávamos os quatro no aeroporto de Guarulhos – Felipe Antunes, Otavio Carvalho, Rodrigo Fuji e Eduardo Lemos –, naquelas máquinas que automatizam o processo de check-in. Nosso voo sairia em duas horas para Chicago, onde faríamos uma escala de 12 horas, para depois seguirmos viagem para Las Vegas, onde todo ano acontece a premiação do Grammy Latino, no qual estávamos indicados na categoria Melhor Canção Alternativa. Mas, por alguma razão, a máquina que o Rodrigo usava parou de funcionar e ele resolveu pedir ajuda. O funcionário, chamado Antonio, logo resolveu a encrenca. E era pra ter sido só isso, se ele não tivesse observado a nossa longa escala em Chicago.
– Vocês não querem que eu veja se tem uma opção com menos tempo de espera? O aeroporto de Chicago fica longe da cidade e não tem lugar para guardar malas.
Surpresos com a possibilidade, aceitamos a sugestão. Ele voltou minutos depois com a informação.
– Consegui um voo para Nova York. Quatro horas de escala apenas. Melhor para vocês, não?
Sim, era melhor, sem dúvida, mas.... Uau, Nova York! Só o Felipe conhecia a cidade e sempre falava maravilhas de lá. Todos nós pensamos a mesma coisa: E se a gente passasse 12 horas em Nova York? Alguém superou o medo de abusar da boa vontade do Antonio e lhe fez uma contraproposta.
– E se a gente fizesse uma escala longa em Nova York?
Antonio gostou da ideia.
– Vou verificar. O aeroporto de NY não é longe da cidade e lá tem lugar para vocês guardarem as malas. Um minuto.
E foi assim, graças ao Antonio, que minutos depois a gente estava correndo alucinadamente pelos corredores do aeroporto de Guarulhos para pegar a tempo um voo para Nova York, que sairia uma hora mais cedo do que o de Chicago.
Em Nova York, conseguimos em poucas horas perceber o quanto a cidade é riquíssima de histórias e lugares relacionados à música, especialmente. Fomos ao Central Park e aproveitamos para passar no memorial em homenagem a John Lennon, ao qual milhares de pessoas vão todos os dias para prestar homenagem ao britânico. No dia da nossa visita, havia um músico com típico sotaque norte-americano, camiseta branca, óculos escuros e cabelos desgrenhados, que interpretava no violão uma versão bastante própria de “Imagine”, de Lennon.
Depois fomos ao Dakota, o prédio onde o ex-beatle viveu os últimos dias dele, e em frente do qual foi assassinado por Mark Chapman. Ficamos ali um tempo, a imaginar como teria se sucedido um dos dias mais tristes da história da música. O movimento é intenso de fãs tirando fotos. No almoço em uma hamburgueria cuja rádio tocava músicas indianas, nos fez imaginar – e morrer de rir – com a possibilidade do Vitrola enveredar por esse estilo no próximo disco. Em seguida, fizemos uma visita à loja de música Sam Ash. Depois, estávamos prontos para voltar. Pegamos o metrô e em poucos mais de 20 minutos chegamos ao aeroporto.
Cinco horas depois, descíamos em Las Vegas. Rever aquelas luzes todas, as máquinas de jogatina já disponíveis dentro do aeroporto, a sensação de adentrar um mundo radicalmente diferente do nosso... Nunca achamos que iríamos rever Las Vegas tão cedo. Ao menos, não por causa de outra indicação ao Grammy.
No aeroporto, pedimos ajuda a um funcionário sobre onde ficavam os ônibus disponibilizados pelos hotéis. Ele não sabia explicar direito, mas sacou o celular do bolso e disse que poderíamos ligar no hotel e perguntar. O nome dele é Jose, ele tem 25 anos e é mexicano. Conta que está legalmente no país, mas que a eleição de Trump o faz temer por amigos e familiares que estão há anos nos EUA, trabalhando nas mais diversas funções, e que nunca imaginaram que, um dia, seriam obrigados a deixar tudo que construíram em solo norte-americano. Outro funcionário, mais velho e nascido no Texas, chega na conversa.
Pergunta de onde somos. Ao ouvir Brasil, aponta para todos que estão na conversa e diz, em um espanhol truncado e valente:
– Somos todos hermanos.
E em inglês perfeito:
– Fuck Trump!
A motorista do ônibus que nos leva ao hotel se chama Skylar. Ela parece saída de um típico filme norte-americano adolescente: É loira, magra, de cabelos longos e lisos. Deve ter no máximo 30 anos. Dirige e conversa com a gente ao mesmo tempo. Quer saber que tipo de som a banda toca. Fala do Sepultura.
Diz que tem uma banda de metal e toca guitarra. No final da viagem, damos a ela um disco da banda. Ela diz que vai escutar já na próxima ida ao aeroporto, marcada para dali 45 minutos.
Dia 2 – Las Vegas
Na sala de café da manhã do hotel em Las Vegas, uma TV ligada em alto volume conta a história de um piloto de avião que ameaçou não levantar voo caso dois passageiros não encerrassem uma discussão sobre as últimas eleições. Segundo o noticiário, um senhor atacava o outro – verbalmente – por causa da preferência dele por Trump. Os senhores se calaram após a ameaça do piloto, e o voo seguiu seu destino.
Estamos nos Estados Unidos há apenas 30 horas e os norte-americanos ainda parecem surpresos – e, no caso da mídia, um tanto quanto frustrada – com a eleição de Donald Trump. As bancas de jornais estão dominadas por revistas que tentam dar conta do acontecido. Na TV, não importa se é de manhã – o período do dia normalmente associado a uma programação mais leve –, analistas comentam cada fala, cada plano, cada boato em torno de Trump. Jornalistas acompanham manifestações pelo país, que não dão folga desde que a eleição foi oficializada.
De volta ao quarto do hotel, Rodrigo e Otávio repassam a versão em violão de “Deus”, nossa faixa indicada ao Grammy e que tocaremos logo mais no Gypset Magazine, um programa de entrevistas e pocket shows que acontece em um quarto do hotel MGM, um dos mais luxuosos de Las Vegas. É um programa curioso: os músicos ficam neste enorme quarto de hotel, dando entrevistas ou tocando suas músicas num sofá, com todos em volta. É bom para conhecer nomes que estão indicados e com quem certamente não teríamos chance de bater um papo, antes ou depois. No ano passado, participamos do programa e fizemos amizade com alguns artistas latinos muito interessantes, como o venezuelano radicado em Barcelona Wilbert Alvarez e a banda Charlie Papa, também da Venezuela.
No Gypset deste ano, tocamos duas músicas: “Deus” e “Faz um Tempo”. Demos entrevista para uma jornalista um pouco nervosa com a presença das câmeras. Ela fazia a pergunta em inglês e nós respondíamos em português. Falamos sobre a indicação deste ano e valorizamos o fato de que “Deus” é uma música política e, portanto, nos parecia interessante vê-la indicada em uma premiação como o Grammy. Ela quis saber qual foi a maior loucura que já fizemos em Las Vegas. Não sabíamos muito o que responder. Demos a entender que, para nós, a maior loucura era estar em Las Vegas.
À noite, era vez de um dos momentos mais aguardados por nós neste Grammy: a festa dos produtores, chamada En La Mezcla!, uma celebração que acontece anualmente para os profissionais de gravação. O homenageado deste ano era ninguém menos que Geoff Emerick, engenheiro de som dos principais – ao menos para nós – álbuns dos Beatles: Revolver, Sgt. Peppers Lonely Hearts Club Band, The White Album, Abbey Road e Let it Be. O Otávio já tinha lido o livro em que ele conta sobre a parceria com o Fab Four (Here There and Everywhere: Minha Vida Gravando os Beatles) e estava especialmente ansioso pela possibilidade de escutá-lo. Logo na entrada, sacamos Emerick sozinho, como um anônimo. Vestia camisa pra fora da calça jeans e tênis. Encorajados por essa simplicidade, nos aproximamos. Emerick foi muito simpático. Entregamos nosso disco (Sintético), falamos um pouco sobre influência dele na nossa maneira de gravar o álbum e tiramos uma foto para registrar aquele momento. Afinal, quando teríamos outra chance de falar com Geoff Emerick?
Naquela mesma noite, encontramos outros amigos: Gustavo Lenza, engenheiro de som do disco Tropix, da Céu; Felipe Tichauer, masterizador dos nossos discos Sintético e Sintético B, e Moogie Canazio, produtor brasileiros e um dos mais importantes da música latina. Moogie é um entusiasta do som do Vitrola e é sempre legal conversar com ele. Foi Moogie quem entrevistou Emerick para a plateia. No papo, descobrimos que a primeira mixagem de Emerick foi nada mais, nada menos que “Tomorrow Never Knows”, a música mais experimental do Revolver. A canção foi tocada na íntegra. Reencontrar aquela música e ver Emerick ali, bem na nossa frente, foi uma viagem mágica, infelizmente abortada quando o papo acabou e uma música eletrônica invadiu a sala.
Dia 3 – Las Vegas
Os motoristas da Uber que encontramos na viagem foram um capítulo à parte. Neste dia, por exemplo, fomos guiados até o T-Mobile Arena, onde iríamos buscar as medalhas que são oferecidas a todos os indicados, por um mexicano extremamente figura, que nos chamou de “cabrones” logo que entramos no carro. Nos pouco mais de 5 minutos que estivemos com ele, ouvimos ele contar que: tinha sete filhos, com mulheres diferentes, cada um em um canto do mundo, sendo que um deles vive em São Paulo; ele trabalhou durante 24 anos como uma espécie de inforante do DEA (Drug Forcement Administration, órgão da polícia norte-americana dedicado ao combate às drogas); havia tomado alguns tiros na vida, um deles veio de baixo pra cima, atingiu seu maxilar e foi sair pelo olho; ele também alugava limusines e tinha entre seus clientes o ex-técnico da seleção Luiz Felipe Scolari – e que caso fosse do nosso interesse alugar limusine como a que o Felipão mais gosta, era só falar. Quando descemos do carro, era consenso entre nós que, não fossem os compromissos do dia, poderíamos rodar Las Vegas inteira com ele, só pra ficar ouvindo aquelas histórias fantásticas.
Buscar as medalhas não tem um lado glamouroso, como alguém pode imaginar. Você entra na fila de uma bilheteria e, quando chega sua vez, recebe o objeto através daquela fresta típica das bilheterias. A medalha vem dentro de uma caixinha de joias junto a alguns papeis para assinar. Mas é um momento emocionante mesmo assim. No nosso caso, comemoramos e fizemos uns vídeos para o Instagram. Depois almoçamos, passeamos em um shopping outlet que fica afastado da cidade e voltamos para nos aprontarmos para o jantar Personalidade do Ano, em homenagem ao cantor Marc Anthony.
Chegando lá, um problemão: O nome do Otávio e do Rodrigo não estavam na lista. Por alguma falha do sistema do Grammy – logo depois admitida pelo presidente da Academia – ficamos um tempão esperando alguém aparecer e liberar a nossa entrada. Foram momentos tensos: Um segurança chegou a nos mandar embora, como se estivéssemos errados em questionar o erro deles. O Andre Bourgeois, empresário da Céu e que estava próximo de nós na fila, foi super parceiro. Comprou nossa briga, pôs pressão nos seguranças e chegou a dizer que não entraria no jantar se nós não entrássemos. Tivemos que esperar todo mundo na fila entrar para nos liberarem.
Lá dentro, pudemos conversar com o pianista Antonio Adolfo, de quem somos fãs e que acabou sentando na nossa mesa. E também com o produtor argentino Rafa Arcaute, que no dia seguinte seria o vencedor da categoria Produtor do Ano. Rafa é uma figura que admiramos bastante. Nos falávamos pela internet, mas não tínhamos tido a oportunidade de bater um papo pessoalmente. Rafa elogiou nosso trabalho e apontou uma vontade de um dia fazer algo conosco. Ali conhecemos a cantora argentina Marilina Bertoldi e o produtor dela, Pelo, um sujeito bonachão que diz ter vendido vários shows do Paralamas do Sucesso por toda a América Latina nos anos 1990.
Na saída, tivemos a sorte de encontrar Julieta Venegas e falar rapidinho sobre música brasileira e outros assuntos. Ela disse para a gente mandar o nosso disco para ela escutar. Dali, rumamos para uma festa no Hard Rock Cafe, onde uma banda formada por alguns músicos indicados interpretavam canções consagradas. Nada que nos animasse muito. Voltamos para o hotel: o dia seguinte seria o grande dia.
Dia 4 – Grammy Latino
Acordar, tomar café, passar a camisa, desamarrotar o terno, verificar se o sapato está mesmo dentro da mala, aprumar a gravata, pegar os ingressos, não esquecer o carregador de celular porque o dia vai ser longo... A correria foi danada pela manhã. Enquanto um tomava banho, o outro estendia uma tábua de passar roupa no meio do quarto, o outro se questionava se aquela gravata azul de fato combinava com a camisa branca. Quando finalmente estava tudo pronto, entramos no Uber e rapidinho estávamos no T-Mobile Arena, onde, às 13h (19h do Brasil) começaria a Première, o primeiro tempo da premiação do Grammy Latino, durante o qual seria entregue o prêmio da nossa categoria. É um clima mais formal do que o que se encontra na cerimônia seguinte, que acontece em uma arena enorme, com três palcos montados simultaneamente, arquibancadas e um clima de final de NBA permanente.
Nossos concorrentes eram peso-pesados da música latina: os argentinos Sig Ragga, Los Fabulosos Cadillacs, Kevin Johansen e a mexicana Carla Morrison. Todos são artistas com bons anos de carreira e com alta popularidade. Ainda conseguimos bater um papo com o engenheiro de som paulistano Felipe Tichauer e cumprimentar os amigos brasileiros Céu e Dani Black. Não havia lugares marcados, então escolhemos uma fileira com quatro cadeiras livres e sentamos. Qual foi a nossa surpresa quando vimos que um senhor parou próximo à nossa fileira com jeito de quem estava meio perdido: era, novamente, Geoff Emerick. Nos olhamos, alguém perguntou "Será que a gente chama para sentar aqui?" e o Otávio foi lá, meio tímido, meio aventureiro, convidar o engenheiro de som dos Beatles para sentar conosco. Ele parecia feliz com o convite e aceitou de prontidão. A gente mal podia acreditar na nossa sorte. O Felipe engatou um papo com ele e o Rodrigo e o Otávio aproveitaram para fazer uma transmissão ao vivo no Facebook no melhor estilo “olha o que tá acontecendo”.
A première começou logo depois. A maioria das categorias tem concorrentes que são verdadeiros anônimos no Brasil. Mas lá, nomes como La Santa Cecilia (um grupo de rock mexicano cuja cantora lembra a do Alabama Shakes), Bebe (cantora espanhola), El Recodo de La Cruz Lízarraga (banda pop regional mexicana) geram comoção e, não raro, o simples anúncio de seus nomes como indicados levam o público a aplaudir efusivamente, como torcida de futebol. Para nós, esses momentos só revelam ainda mais a profunda e injustificável separação que há entre a música brasileira e a música feita ao nosso redor.
O clima político também estava mais quente do que o normal muito pela vitória de Donald Trump nas eleições norte-americanas. Boa parte dos discursos de vitória pregava a união entre os povos latinos, rechaçava a discriminação e invariavelmente terminava com gritos de “viva Colombia, viva Venezuela, viva Peru”, dependendo da origem do artista lá em cima.
Cerca de uma hora depois, iniciou-se o bloco de categorias dedicadas exclusivamente à produção em língua portuguesa, majoritariamente dominada por brasileiros. Foi muito emocionante testemunhar alguns conterrâneos serem reconhecidos pela Academia. O prêmio de Ian Ramil para Melhor Disco Brasileiro de Rock – que ele dividiu com o grupo Scalene – nos deixou especialmente felizes. Também nos alegramos ao ver Gustavo Lenza e Felipe Tichauer vencerem na categoria Melhor Engenharia de Gravação pelo incrível disco da Céu, Tropix. E achamos merecidíssma a vitória de Elza Soares na categoria Melhor Disco de Música Brasileira, com o já clássico A Mulher do Fim do Mundo. Martinho da Vila foi anunciado como vencedor na categoria Samba e Pagode, mas não estava na cerimônia, então a gente imaginou o Otávio – que é a cara do Martinho – subindo ao palco para receber o prêmio “em nome do pai”. Imagina?
A nossa hora ia ficando cada vez mais perto. Sabíamos que a nossa categoria vinha depois das categorias brasileiras. É claro que bate uma ansiedade. E ela ficou maior quando os Fabulosos Cadilacs chegaram à cerimônia – atrasados, é claro – e foram sentar justamente à nossa frente. Nunca os vimos pessoalmente, até então. Tinham aquela cara de mal que algumas bandas de rock do passado costumavam cultuar: tatuagens, roupas pretas, óculos escuros, nenhum sorriso. Um lance meio “os caras mais temidos da escola”. Era curioso vê-los ali tão próximos da gente, e daqui a pouco era com eles que disputaríamos a categoria. Ainda bem que não seria uma briga de rua. A gente ia apanhar feio!
Finalmente a apresentadora – que tinha um quê de Daniela Mercury– anunciou os indicados a Melhor Canção Alternativa. Escutar nossos nomes em meio a tantos artistas tarimbados, em uma cerimônia como aquela, é algo surreal e já nos parece um reconhecimento enorme. “E o vencedor do Grammy Latino é... Carla Morrison, com “Vez Primeira”. Carla surgiu das últimas fileiras e foi receber o prêmio. Lá no palco, fez um discurso contundente sobre a importância da arte em tempos sombrios. Segundo ela, é preciso parar de falar de amor e ampliar as temáticas das letras para assuntos de interesse coletivo. E terminou dizendo que “nenhum sujeito com rosto laranja vai nos separar”. Foi aplaudida com entusiasmo pela plateia. Para nós, foi extremamente reconfortante saber que perdemos para uma artista que usou seu espaço ali de forma tão consciente.
Fim de jogo? Que nada! Logo encontramos Dani Black, Ian e Thiago Ramil, com quem falávamos até então apenas pela internet. Combinamos de nos encontrarmos na festa que viria depois do segundo tempo da premiação. Era hora de comemorar: Ser indicado pelo segundo ano consecutivo ao Grammy Latino, disputando sempre nas categorias gerais; ter a oportunidade de conhecer tantos artistas, engenheiros e produtores latinos e ainda poder falar que Geoff Emerick é nosso novo amigo? O que mais poderíamos querer?