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Exclusivo: filhote da globalização, Flare Voyant apresenta rock multinacional com "Industry of Cool"

Banda formada por artistas brasileiros e por um francês busca lançar em breve o primeiro disco

Lucas Borges Publicado em 16/10/2015, às 16h53 - Atualizado às 17h21

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Rod Bourganos, Thomas Baignères e Lucas Roxo, do Flare Voyant - Arte: Gian Paolo La Barbera  Foto: Ale Marques/Hector Lemasle
Rod Bourganos, Thomas Baignères e Lucas Roxo, do Flare Voyant - Arte: Gian Paolo La Barbera Foto: Ale Marques/Hector Lemasle

Por Lucas Borges

Entusiasta da estética dos anos 1960 e 1970 (apesar de ter apenas 21 anos), o músico Rod Bourganos fazia parte de um grupo de internet cujo tema de interesse era "roupas psicodélicas". Uma das integrantes da turma era uma escritora russa amiga de Bourganos que, coincidentemente, conhecia outro saudosista artista, o francês Thomas Baignères, 23 anos.

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Bourganos e Baignères foram apresentados e algumas jams depois surgiu a banda de rock Flare Voyant, filha legítima de um mundo cada vez mais sem fronteiras. "É uma coisa bastante moderna, um reflexo da globalização. Algo que não seria possível até pouco tempo atrás", define o brasileiro.

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Ele já havia iniciado o hoje intitulado Flare Voyant bem antes de o projeto se tornar internacional, gravando as primeiras músicas ao lado do também jovem baterista Lucas Roxo, 23. Em 2015, Bourganos deixou em São Paulo a outra banda da qual participa – a Bombay Groovy, cujo primeiro disco teve participação de Roxo – para estudar na França e levou junto com ele o material produzido com o baterista.

O som lisérgico de 50 anos atrás voltou a fazer cabeças no Brasil e no mundo com bandas como Bike e Tame Impala.

"Nos encontramos logo no início da minha estada em Paris e começamos a fazer tudo", diz o guitarrista e sitarista sobre o parceiro europeu. "O Thomas é músico e poeta, tem livros lançados de poesia. É dandy mesmo. Ele já abriu show para o Pete Doherty, do Libertines, para o Mick Taylor, dos Stones."

A empatia do brasileiro por Jimmy Page e pelo Led Zeppelin se uniu ao apreço de Baignères pelos também míticos britânicos dos Rolling Stones e resultou em um som, segundo o homem das cordas, "ao gosto europeu", tradicional. "A gente tem o peso do Zeppelin com a irreverência dos Stones".

O Reino Unido é o local onde a banda pretende se instalar, procurando artistas locais para se juntar ao multiétnico caldeirão musical. Eles também querem um selo britânico para lançar o disco, cujas nove faixas já estão gravadas. O primeiro single é "Industry of Cool", divulgado com exclusividade pelo blog Sobe o Som.

Ouça:

"É uma música que tem um formato rock tradicional, é uma das mais diretas do disco. O tema dela é baseado em uma frase do filme Quase Famosos, do Lester Bangs, um personagem que realmente existiu", explica Bourganos, que toca sitar e guitarra na canção.

"Arruinaram o rock and roll, costumava ser tudo sobre a música, até ele ser vendido", diz a letra cantada em inglês por Baignères, acompanhada ainda pela bateria e percussão de Roxo, pelo baixo de Erico Jones e pelo órgão hammond e piano Rhodes de Greg Sá Bach.

Enquanto o álbum não sai, o Flare Voyant se prepara, uma parte da banda no Brasil e outra na França, para o primeiro compromisso ao vivo, em janeiro de 2016. O destino é imprevisível como o grupo. "Uma marca de moda retro japonesa vai comemorar dez anos e nos chamou para tocar com músicos japoneses que ainda nem conhecemos em Tóquio!"