Ontem foi o dia Guitar Hero 5. Você sabe o que isso significa?
É dia de ver o Kurt Cobain passando ridículo. O vídeo abaixo, criado por um gamer rapidinho (visto que o jogo chegou às lojas ontem de manhã), fala por si.
Sim, no game, é possível ser o Kurt e cantar Bon Jovi. Megadeth. Blink-182. E tantas outras bandas que provavelmente não estavam na lista de preferidas do maior ícone falecido da minha geração.
Pensando bem, ter o símbolo roqueiro do anti-corporativismo como um personagem jogável do mais novo lançamento do gênero mais vendido da indústria do entretenimento não é algo tão legal assim. Mas nem dá para culpar a Activision por ter tido a ideia genial. São os detentores do legado de Kurt - Courtney Love liderando tudo - que poderiam ter se preocupado um pouco mais com o que isso representaria (tal qual fizeram os "shareholders" dos Beatles, para citar um acontecimento mais recente). Kurt costumava dizer que pouco se importava com o culto à imagem e muito menos em ser um exemplo para a juventude. Mas talvez ele já prevesse o que viria a acontecer. Esse negócio de rebeldia adolescente, conforme Kurt bem esbravejou em "Serve the Servants", já deu o que tinha que dar há tempos.
"Teenage angst has paid off well/ Now Im bored and old."
No fim das contas, não é o Kurt icônico das camisetas do Nirvana, o Kurt deprimido das capas de revista ou o Kurt performático dos videoclipes que ficarão para a posteridade. É a imagem deste Kurt Cobain bizarramente atípico, estranhamente versátil e porcamente desenhado de Guitar Hero 5 que terá validade e crédito para as gerações vindouras. E o tempo irá confirmar esse fato.
Kurt, seja lá onde estiver agora, talvez merecesse um destino um pouco melhor.