A Viagem de Chihiro é a única animação em língua não-inglesa a vencer o Oscar de Melhor Animação e completou 20 anos nesta terça, 20 de junho
Para os amantes de animações, os filmes de Hayao Miyazaki são um prazer e alegria de assistir. Com A Viagem de Chihiro (2001), do Studio Ghibli, não é diferente: a jornada de amadurecimento da menina de 10 anos no reino dos espíritos é comovente e se tornou um clássico do cinema internacional — em 2017, foi selecionado como o segundo melhor filme do Século XXI pelo The New York Times.
O longa chegou aos cinemas japoneses em 20 de julho de 2001 e, em 2021, completou duas décadas. Para comemorar a data, listamos oito curiosidades sobre o aclamado A Viagem de Chihiro. Confira!
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Hayao Miyazaki é impressionante: conceitualizou, escreveu, dirigiu e desenhou a animação. No entanto, revelou como não completou o roteiro e a produção de A Viagem de Chihiro começou sem o cineasta saber como o filme terminaria. Pensou tudo no caminho e apenas seguiu o fluxo da inspiração.
A Viagem de Chihiro estreou em 20 de julho de 2001, mas começou a passar nos cinemas japoneses sete dias depois. Tornou-se o filme de maior bilheteria da história do Japão, ultrapassando Titanic (1997), e arrecadou cerca de US$ 230 bilhões.
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Além de quebrar recordes de bilheteria, A Viagem de Chihiro se tornou a primeira animação em língua não-inglesa a vencer o Oscar de Melhor Animação em 2003 — e, até hoje, é a única. No entanto, apesar do prestígio, Miyazaki não foi à cerimônia da premiação por questões ideológicas: protestava contra a Guerra do Iraque que acontecia na época.
Miyazaki acredita que os seres humanos são motivados pelos espíritos. Por isso, os desejos internos de seus personagens movem as animações do diretor. Essa mentalidade fica evidente em A Viagem de Chihiro, pois a menina viaja ao mundo desconhecido dos espíritos, os quais personificam o que está no interior da protagonista e representam a transição da infância à fase adulta.
Além de, claro, o filme ser ambientado no Japão e acompanhar personagens japoneses, A Viagem de Chihiro se relaciona ao país, pois critica a quebra de tradições da cultura tradicional. Da mesma forma que evidencia o amadurecimento de Chihiro, também condena a sociedade japonesa moderna em relação ao conflito de gerações.
No filme, Chihiro, a protagonista, assiste a um processo de limpeza de um rio poluído o qual continha um espírito fedido. A cena icônica foi inspirada na vida de Miyazaki, quem também colaborou para limpar um rio de sua cidade; a sequência também faz uma crítica à poluição ambiental.
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A ideia para A Viagem de Chihiro surgiu após Miyazaki anunciar sua aposentadoria, mas não conseguiu conter a criatividade: inspirou-se na filha de 10 anos de um amigo para criar Chihiro. Na pré-adolescência, as meninas eram apáticas e tinham poucas influências positivas, segundo o diretor. Queria criar um filme para esse público específico em que elas fossem heroínas e pudessem se inspirar na protagonista.
Sim, é possível visitar as ruas da cidade dos espíritos de A Viagem de Chihiro. Em Jioufen, uma zona de montanhas em Taiwan, várias paisagens da animação foram reproduzidas, desde a casa de banho até a casa de chá.
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