Outras atrizes de renome, como Cate Blanchett e Jennifer Aniston, manifestaram opiniões semelhantes recentemente
Publicado em 28/10/2024, às 08h00
Jenna Ortega viu seu nome ficar em evidência ao protagonizar na série Wandinha (2022). Além disso, se notabilizou ao participar de diversas produções do gênero de terror, como os filmes mais recentes da franquia Pânico.
Ainda que jovem — nascida em 2002 —, ela já tem opinião formada a respeito do que se vê em Hollywood atualmente. À Vanity Fair, Ortega compartilhou reflexões sobre como o cinema tem se envolvido com questões políticas e abordou o chamado “politicamente correto”.
Na visão de Jenna, existe uma falta de honestidade entre muitos que desejam seguir o nomeado “politicamente correto”. Além disso, revelou seu incômodo com julgamentos para quem pensa diferente.
Ela disse:
A área em que trabalhamos é tão sensível. Todos querem ser politicamente corretos, mas sinto que, ao fazer isso, perdemos muito de nossa humanidade e integridade, pois falta honestidade. Eu gostaria que tivéssemos um senso melhor de conversação. Imagine se todos pudessem dizer o que sentem, não fossem julgados por isso e, quando muito, isso provocasse algum tipo de debate e não uma discussão.”
Embora não mencione diretamente, Jenna Ortega deu tal declaração ao falar sobre a recente controvérsia envolvendo Pânico 7, próximo filme da franquia. A atriz deixou o projeto em meio a uma confusão com Melissa Barrera, colega de elenco que foi dispensada pela produção após manifestar apoio à Palestina durante o atual conflito entre Israel e Hamas. Na época, a artista comparou a situação da Faixa de Gaza com um campo de concentração.
Ortega comunicou sua saída um dia após o anúncio da demissão da colega, sob a justificativa de não ter mais tempo para se dedicar ao projeto. Entretanto, a atriz também demonstrou seu apoio aos palestinos durante o conflito — uma pista de que o afastamento de Barrera pode estar ligado à sua decisão.
JennaOrtega não é a única artista de Hollywood a ter uma opinião contrária ao chamado “politicamente correto”. As colegas veteranas Cate Blanchett e Jennifer Aniston já teceram críticas ao momento vivido na indústria do cinema.
Blanchett declarou acreditar que é importante tocar em temas sensíveis, justamente para evitar que certos erros não se repitam.
Se você não lê livros que são levemente ofensivos por conta do que dizem em certo contexto histórico, então você não lidará com as mentes da época e estamos destinados a repetir essas coisas.”
Já Jennifer Aniston afirmou estar cansada do que define como “cultura do cancelamento”. Além disso, acredita que em alguns casos, deve haver espaço para redenção.
Estou tão cansada da cultura do cancelamento. Provavelmente já fui cancelada só por dizer isso. Apenas não entendo o que isso significa. Não existe redenção? Eu não sei. Eu não coloco todos na mesma cesta do Harvey Weinstein (ex-produtor condenado por diversos crimes sexuais).”
O trabalho mais famoso de Aniston tem sido alvo da mencionada “cultura”. O seriado Friends, que marcou a década de 1990, gera comentários do público mais jovem pela forma humorística como questões sensíveis a minorias são tratadas.
Colaborou: Augusto Ikeda.
Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e pós-graduado em Jornalismo Digital. Desde 2007 escreve sobre música, com foco em rock e heavy metal. Colaborador da Rolling Stone Brasil desde 2022, mantém o site próprio IgorMiranda.com.br. Também trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, site/canal Ei Nerd e revista Guitarload, entre outros. Instagram, X/Twitter, Facebook, Threads, Bluesky, YouTube: @igormirandasite.
