Ainda Estou Aqui é 'um testemunho da nossa aposta no cinema de qualidade'

Após uma passagem de sucesso pelos cinemas, que rendeu ao Brasil o seu primeiro Oscar, Ainda Estou Aqui, longa de Walter Salles (Central do Brasil), chega ao catálogo do Globoplay a partir deste domingo, dia 6 de abril, com a expectativa de estender o sucesso do longa, agora no streaming.

Em entrevista à Rolling Stone Brasil, Tatiana Costa, Diretora de Canais de Entretenimento e Notícias & Conteúdo da Globo, falou sobre o sucesso da primeira produção original do Globoplay, o seu impacto no cinema nacional e o quais são os planos para investir em novos fenômenos cinematográficos como foi o caso de Ainda Estou Aqui.

Ainda Estou Aqui foi um filme que acabou conquistando o mundo, mas Vitória, que também é uma produção Original Globoplay, tem feito bastante sucesso aqui no Brasil desde o seu lançamento. Como é feito o processo de seleção das obras nas quais vocês irão investir? 

Tatiana Costa:Estamos emocionados com o sucesso de Ainda Estou Aquie Vitória, que abriram com chave de ouro nossa produção de filmes originais. Ainda Estou Aqui conquistou o coração do público e da crítica, com quase 6 milhões de espectadores e cerca de 40 prêmios. Já Vitória está construindo uma trajetória incrível, atraindo mais de 550 mil espectadores até o momento.

Esses resultados são um testemunho da nossa aposta no cinema de qualidade, que valoriza especialmente o talento brasileiro. Estamos cercados pelos melhores profissionais da indústria, e todas as nossas produções contam com grandes nomes envolvidos, da criação às pessoas à frente ou por trás das câmeras.

Além disso, buscamos produções que tenham apelo comercial, atraindo público e visibilidade para nossos originais. O Globoplay chega para agregar a esse ecossistema de filmes da Globo, somando valor a marcas importantes como Globo Filmes, Telecine, Canal Brasil e TV Globo que há décadas vêm fortalecendo o cinema brasileiro, e estamos orgulhosos de fazer parte dessa trajetória. Nosso compromisso é continuar produzindo filmes de qualidade, que inspirem e entretenham o público brasileiro.

A vitória de Ainda Estou Aqui no Oscar mudou os planos do Globoplay e os seus investimentos no cinema nacional de alguma forma? Foi um impulso para, talvez, investir em ainda mais filmes? 

T.C.:Estávamos certos de que Ainda Estou Aqui seria um sucesso, por todas as qualidades que fazem dele um grande filme, mas nunca imaginamos que conquistaríamos o Oscar e mais duas indicações à premiação. Isso, claro, serve como um incentivo para continuarmos nosso movimento de investir em filmes, mas já tínhamos uma esteira de lançamentos programados.

Após Ainda Estou Aqui, lançamos Vitória, e, no ano que vem, lançaremos Na Linha de Fogo, parte de nosso acordo de coprodução com a Disney para a produção de quatro longas brasileiros. Outros filmes originais, que foram muito bem recebidos em festivais, como Barba Ensopada de Sangue e Enterre Seus Mortos, também estão no nosso pipeline de lançamentos, mas ainda sem data.

Demos um grande passo, mas ainda é só um passo. Como o Globoplay pretende contribuir pra levar mais filmes para o mundo?

T.C.:Com certeza, e a Globo está há mais de 25 anos contribuindo para o fortalecimento do cinema nacional, desde a retomada, através da Globo Filmes, sua coprodutora. Recentemente, tivemos o orgulho de ver O Último Azul, uma coprodução da Globo Filmes, conquistar o Urso de Prata. Em 15 de maio, vamos estrear Manas, que chega aos cinemas brasileiros após conquistar mais de 30 prêmios em festivais pelo mundo.

E agora o Globoplay se soma a essa jornada como um ator importante para posicionar o cinema brasileiro entre os melhores do mundo. Acreditamos que uma trajetória de sucesso nas salas de cinema significa também uma trajetória de sucesso no streaming. Ainda Estou Aqui ficou exclusivamente nos cinemas por 150 dias.

Vocês já estão em contato com distribuidoras internacionais para levar esses filmes para o mundo? Como é a relação com essas empresas?

T.C.:Temos diferentes modelos de distribuição dos nossos filmes, incluindo parcerias internacionais que ajudam a expandir o alcance de nossas produções para fora do Brasil. Em alguns casos, a relação com estes distribuidores é mediada pelas produtoras parceiras, como VideoFilmes, Conspiração e Gullane.

Além disso, temos acordos de coprodução — como o fizemos com a Disney, que envolve quatro longas-metragens, começando com Na Linha de Fogo —, que permitem que esses filmes sejam exibidos em outros países. Sentimos que nosso ecossistema de marcas, o comprometimento com a janela dos cinemas e nossa rede de relações com talentos artísticos são diferenciais nestas parcerias.

Qual é a história de Ainda Estou Aqui?

Baseado no livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva, Ainda Estou Aquié ambientado no Rio de Janeiro, no início dos anos 1970, em meio à ditadura militar, e conta a história de Eunice (Fernanda Torres, Tapas & Beijos), mãe de cinco filhos, que se envolve em uma busca infindável pela verdade após o seu marido, Rubens (Selton Mello, O Auto da Compadecida 2), ser levado por policiais à paisana e desaparecer.

Além de Fernanda Torres, Selton Mello e Antonio Saboia, o longa ainda conta com Fernanda Montenegro (A Vida Invisível), Maeve Jinkings (Pedágio), Humberto Carrão (Marighella), Marjorie Estiano (Sob Pressão), Camila Márdila (Que Horas Ela Volta?), Antonio Saboia (Deserto Particular) e, entre outros, Charles Fricks (Tropa de Elite 2: O Inimigo Agora é Outro). Assista ao trailer:

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