Atriz interpreta a história de Eunice Paiva, brasileira que passou anos para descobrir o paradeiro do marido desaparecido durante a ditadura militar
Ainda Estou Aqui, novo filme de Walter Salles com Fernanda Torres, Selton Mello e participação especial de Fernanda Montenegro, foi exibido no último domingo (1°) no Festival de Cinema de Veneza.
A obra é inspirada no livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva, que conta a história de sua família. O enredo acontece a partir da década de 1970 e segue a luta de Eunice Paiva, mãe de Marcelo. Ela buscou descobrir o paradeiro do marido, o ex-deputado Rubens Paiva, desaparecido durante a ditadura militar.
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O longa teve boa crítica na imprensa internacional, que destacou principalmente o aspecto emocional da obra e a atuação de Fernanda Torres. Veja a seguir como foram as análises.
O jornal britânico The Guardian definiu o filme como “um drama sombrio e sincero sobre os desaparecidos do País”. A crítica afirma que a obra perde um pouco do ritmo ao longo do tempo, mas chamou de “performance incrível” a atuação de Fernanda Torres, que interpreta Eunice.
No portal Variety, o título da análise foi “O retrato profundamente comovente da memória sensorial de Walter Salles sobre uma família – e uma nação – rompida”. O texto lembra da proximidade de Salles com a família Paiva, com quem ele conviveu a partir da adolescência.
A Variety ainda definiu o longa como uma produção “notável em sua graça e naturalidade”, além de chamar o filme de “doloroso e belo”. Elogios também foram feitos à “performance gloriosa” de Fernanda Torres e à fotografia de Adrian Teijido, que dá a "textura de uma história que não está sendo contada, mas lembrada”.
O site Deadline também mencionou a atuação de Torres, destacando que ela deve figurar entre os concorrentes aos prêmios de cinema após o longa. Há ainda elogios à Fernanda Montenegro – mãe de Fernanda Torres e indicada ao Oscar por Central do Brasil, outro filme de Salles. Ela assume o papel de Eunice quando a matriarca da família Paiva estava mais velha. “Mãe e filha, ícones do cinema brasileiro, aparecendo no mesmo filme", destacou o site.
No Screen Daily, Ainda Estou Aqui foi chamado de “homenagem envolvente e comovente a uma mulher formidável e sua família”, novamente com elogios à “performance magnífica” de Fernanda Torres.
Já o Hollywood Reporter lembrou que diversas produções brasileiras abordam a ditadura, mas que “não é sempre que o espírito de protesto contra os horrores do governo militar é visto por uma lente tão íntima”.
A análise também destacou a fotografia e a trilha sonora. “É um filme envolvente e profundamente tocante. É um dos melhores de Salles”, escreveu o Hollywood Reporter.
Depois da exibição em Veneza, Ainda Estou Aqui levou o público às lágrimas, incluindo Marcelo Rubens Paiva, que esteve presente na sessão. Além disso, o longa – que é a grande aposta brasileira para o Oscar 2025 –, foi aplaudido por cerca de 10 minutos ao fim da sessão.
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Ainda Estou Aqui é uma produção original Globoplay. A data de estreia não foi confirmada.